Tóquio2020. Yolanda Sequeira foi quinta no surf e ganhou o diploma olímpico

por Lusa
A surfista portuguesa teve uma prestação positiva e conquistou um diploma olímpico Tiago Petinga-Lusa

A portuguesa Yolanda Sequeira foi eliminada nos quartos de final e ganhou um diploma olímpico na prova de surf, ganha pela sul-africana Bianca Buitendag, na praia de Tsurigasaki, em Chiba.

A jovem algarvia, de 23 anos, terminou a competição no quinto lugar, ao conquistar 5,46 pontos (3,93 e 1,53), no primeiro "heat" da eliminatória, que foram insuficientes para bater Buitendag, que contabilizou 9,5 (6 e 3,5).

Na estreia do surf em Jogos Olímpicos, Yolanda Sequeira assegurou um diploma olímpico, enquanto Teresa Bonvalot terminou na nona posição, após ter sido eliminada na terceira ronda pela brasileira Silvana Lima.

A representação lusa na modalidade ficou desfalcada com a ausência de Frederico Morais, por estar infetado com o novo coronavírus.

Surfista espera que o quinto lugar mude a sua vida

Yolanda Sequeira manifestou-se "muito feliz" com o quinto lugar e espera que possa mudar a sua vida, com apoios que lhe permitam estar entre as melhores do mundo.

"Já recebi um diploma nos primeiros Jogos Olímpicos com surf e estou muito feliz com isso. Sou muito competitiva e vim com o pensamento no ouro, não vim fazer mais nada. Acabei por cair um bocadinho atrás, mas estou muito feliz com o meu desempenho. Sei que o meu surf é suficiente para chegar lá acima. Não foi desta, será da próxima", disse a jovem algarvia.

"Estava um bocadinho difícil lá dentro, com a maré vaza. As ondas formavam e rebentavam logo. A Bianca apanhou uma que levantou um bocado de parede e deu-lhe a oportunidade para fazer mais do que uma manobra, que foi o que me faltou", lamentou, depois de não ter conseguido aproveitar uma prioridade superior a 10 minutos.

Na hora da despedida, o agradecimento a todos os que a têm apoiado, até nas suas necessidades mais básicas de sobrevivência, e a confiança de que após este desempenho possam surgir os apoios necessários para atingir um patamar mais elevado no surf.

"Tive muitas dificuldades na minha vida, o meu treinador (John Tranter) ajudou-me muito. Vivo em casa dele. Viu o meu potencial. É como a minha família. Tive muitas dificuldades, alturas em que até foi complicado arranjar dinheiro para comer", recordou.

A atleta, que até agora tem o melhor resultado de Portugal em Tóquio2020, a par da judoca Catarina Costa (-48 kg), espera que surjam interessados em apoiar, de forma sustentada, a sua carreira, que, até ao momento, tem contado com a ajuda de muitos donativos de particulares que conhecem a sua história.

"Se alguma vez parasse de surfar, era por falta de dinheiro. Espero que depois de representar Portugal desta forma possa vir a ter mais oportunidades de me realizar, fazer o que gosto e ter apoio concreto atrás de mim", disse a surfista nascida em faro, confiando que 50.000 euros lhe permitam fazer "o mínimo dos mínimos" no desejado World Championship Tour.

Agora que terminou Tóquio2020, o seu pensamento já está em Paris2024, na praia de Teahupoo, no Tahiti.

"Quero e vou qualificar-me. Estou muito entusiasmada para isso e vou treinar. Quero levar a minha melhor 'performance' para lá", concluiu.
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