Ronaldo, nascido para a Champions

por Marcos Celso - RTP
Legenda da Imagem Reuters, EPA

Ronaldo e Casemiro, dois jogadores que falam português, "arrumaram" a superfavorita Juventus. Os italianos pareciam impotentes para travar a vontade e o querer dos dos merengues. O golo de Mandzukic justificou o esforço da Juve, mas a final tinha outro vencedor destinado, o Real Madrid, o primeiro clube a revalidar o ceptro na era Champions.

Entrada forte dos italianos, tal como o fizeram praticamente em todos os jogos desta edição da Liga dos Campeões. Só ao passar dos 15 minutos é que o Real conseguiu equilibrar a partida.

E quem mais haveria de ser a inaugurar o marcador em Cardiff senão Cristiano Ronaldo. O internacional português marcou o seu 11.º golo na edição da Champions - igualando Messi como melhor marcador da prova - e abriu as "hostilidades" ao passar do minuto 20.


Depois, decorridos sete minutos, seria Mandzukic a marcar um golo do outro mundo. Alex Sandro foi à linha e cruzou, Higuaín ajeitou e deixou à mercê de Mandzukic, que deixou todos boquiabertos, presentes e ausentes.

Foi um golo soberbo, com paragem da bola no peito e, em jeito de pontapé de bicicleta, a fazer a bola sobrevoar por Navas, só terminando no fundo das redes. Assistia-se a um jogo eletrizante e a emocionar os adeptos de futebol.



Na segunda metade desta final, ambas as equipas entraram novamente a disputar cada lance como se fosse o último, com entradas à bola cada vez mais faltosas.

Surgiu então o golo de casemiro: ao minuto 60, a bola afastada da área da Juventus sobra para o brasileiro, ex-FC Porto, mostrar a força do seu pé direito num remate de longe, sem hipóteses para Buffon. A festa tinha tons espanhóis e a Juventus parecia adormecida.


Prova disso mesmo, o golo aos 63 minutos, com Ronaldo a surgir repentinamente junto à baliza adversária e a "fuzilar" para nova festa espanhola.

A partir deste momento, não se viu mais Juventus, a vecchia signora ficou desorientada e assistiu à festa madrilena.

Asensio ainda aumentou, aos 90, numa altura em que os italianos já jogavam com menos um, por expulsão do colombiano Cuadrado, aos 84.

Com este triunfo, o Real Madrid tornou-se na primeira equipa a conquistar a prova em dois anos consecutivos, desde que passou a chamar-se Liga dos Campeões, em 1992/93.

Ronaldo soma quinto título consecutivo de melhor marcador
Cristiano Ronaldo, jogador do Real Madrid, conquistou assim o quinto título consecutivo de melhor marcador da Liga dos Campeões, ao bisar na final frente à Juventus (4-1).

Rei absoluto dos goleadores da história da Champions, com 105 em 140 jogos, contra 94 de Lionel Messi, em 115 encontros, o capitão da seleção lusa foi o melhor concretizador em 2007/2008 e nas últimas cinco épocas.

Na presente edição, Ronaldo era segundo até à final, com dez golos, apenas menos um do que Messi, que caiu nos quartos de final e foi hoje ultrapassado.

Com mais este título, Ronaldo ultrapassou Messi, tendo sido agora seis vezes melhor marcador da principal prova europeia, mais um do que o argentino.

O campeão europeu de clubes e de seleções também ultrapassou este sábado o "Pantera Negra". Ronaldo tem agora quatro golos em finais enquanto Eusébio tinha três golos em finais da principal prova europeia de clubes. 



Ainda ao serviço do Manchester United, Ronaldo foi o melhor marcador pela primeira vez em 2007/08, com oito golos, mas Messi respondeu com quatro títulos consecutivos, ao marcar nove em 2008/09, oito em 2009/10, 12 em 2010/11 e 14 em 2011/12.

Depois, voltou a ser de novo a vez do internacional luso, que marcou 12 golos em 2012/13 e um recorde de 17 na temporada seguinte.

Em 2013/14, Messi manteve um título de vantagem, mas passando a liderar por 5-4, já que ambos marcaram 10 golos, tal como o brasileiro Neymar, o único jogador que se intrometeu nesta luta na última década.

Na temporada transacta, Cristiano Ronaldo selou o segundo melhor registo de sempre, com 16 tentos, e igualou os cinco ceptros do argentino.



Em 2016/17, Messi parecia imparável, depois de uma primeira fase com dez golos, em cinco jogos, contra apenas dois de Ronaldo, em seis. O avanço ainda cresceu para 11-2, com o argentino a marcar nos oitavos, na remontada ao PSG (6-1).

Mas o jogador luso "renasceu" nos quartos de final, frente ao Bayern Munique, com um bis na Alemanha (vitória por 2-1 do Real Madrid) e um 'hat-trick' no Bernabéu (triunfo por 4-2, após prolongamento).

Cristiano Ronaldo passou a contar 100 tentos na Champions e, na presente época, ficou a quatro tentos de Messi, conseguindo reduzir a diferença para um no jogo seguinte, com novo hat-trick, na receção ao Atlético de Madrid (3-0).



Na segunda mão das meias-finais, o português poderia ter alcançado ou superado o "10" do Barça, mas ficou em "branco" na sua última visita ao Vicente Calderón.

Sábado, em Cardiff, Cristiano Ronaldo chegou aos 12 golos na presente edição da prova.

c/ Lusa



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