Entrevista com Laborinho Lúcio

por Maria Flor Pedroso

A editora de Política da Antena1, Maria Flor Pedroso, conversa com o ex-ministro da Justiça.

Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça, magistrado jubilado do Supremo Tribunal de Justiça e juiz que durante 10 anos liderou o CEJ, diz nesta entrevista à Antena 1, que nunca se sentiu escutado, investigado ou ameaçado - "que eu saiba", ressalva. Mas interroga-se sem conseguir encontrar resposta do porquê desta recente exposição do juiz Carlos Alexandre.

Quando o Presidente da República propõe um pacto para a Justiça no qual os agentes se têm de pôr de acordo e só depois chegar ao poder político, Laborinho discorda. Compreende a lógica, mas diz que "não funciona".

Na próxima semana, o parlamento vai discutir o mapa judiciário. Laborinho considera a solução da ministra Van Dunem melhor que a de Paula Teixeira da Cruz, mas receia que, com tantas alterações, o efeito não seja o pretendido.

Sobre a actual solução governativa, ele, que é independente e se afirma social democrata, diz ter uma "curiosidade activa e positiva" e espera que tenha sucesso.

Laborinho Lúcio apresentou ontem, em Lisboa, o seu segundo romance "O homem que escrevia azulejos", que aborda a questão da Escola pública.

Surpreendentemente, Laborinho defende que a escola deve ensinar a "desobedecer, a ser-se crítico, a dizer não e sofrer as consequências". Entende que agora se vivem bons sinais na escola pública: sinais de inclusão ao contrário do que se viveu antes. Está a fazer-se "uma viragem de agulha que é essencial". Para o antigo ministro da Justiça, a exigência não passa pelos exames.
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