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Paz Ferreira não vê "nada de indecente" na Caixa

por Maria Flor Pedroso

Foto: Rafael Marchante - Reuters

Em entrevista à Antena 1, o professor catedrático Eduardo Paz Ferreira, que integra a administração demissionária da Caixa Geral de Depósitos, defende a integridade da instituição.

Eduardo Paz Ferreira, professor catedrático de Direito da Universidade de Lisboa, autor do livro Por uma Sociedade Decente, ocupa entre outros cargos o de presidente da comissão de auditoria da CGD. Integra a administração demissionária da instituição bancária.

Nesta entrevista à editora de Política da Antena 1, Maria Flor Pedroso, Paz Ferreira não se quis alongar sobre a questão da Caixa, mas constata que a atual administração só estará em funções por mais dez dias, até 31 de julho. 

"Eu não posso fazer atos ilegais e a partir do dia 31 de julho não sou administrador da Caixa. Espero que a nova administração esteja lá antes do dia 31", afirma.



O professor explica que esta decisão não é do Governo, independentemente das palavras do ministro Mário Centeno, é apenas o que decorre do Código das Sociedades Comerciais. Considera que, se a atual administração continuasse, ainda que se mantivesse em gestão, seria uma ilegalidade.

Eduardo Paz Ferreira é uma das personalidades que serão chamadas à Comissão Parlamentar de Inquérito à CGD, por dirigir o grupo da Comissão de Auditoria do banco do Estado.

O entrevistado garante que a Caixa é um banco "excecionalmente decente": "Não vejo nada na CGD de indecente. Tomara que fossem todos tão decentes como a Caixa".
"Espero que não haja um drama"

O entrevistado reconhece a enorme dificuldade por que está a passar o sistema financeiro em Portugal.

"Ameaçamos ter o caso Novo Banco de novo e exponenciado", adverte, para lembrar que a maior parte das decisões são tomadas pelo BCE, ao ponto de poder chumbar uma administração. Paz Ferreira diz, no entanto, que tal "não vai acontecer".

Elogia até António Domingues. Afirma que os políticos falam de mais: "Creio que já não há ninguém que não tenha falado sobre a Caixa. Antes não havia nenhum drama sobre a Caixa. E agora há? Espero que não haja um drama, mas há uma dramatização pelo menos na Comunicação Social".

O professor considera, por outro lado, normal a recapitalização da Caixa.
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