UNESCO lança Observatório de Jornalistas Assassinados

por Lusa

Paris, 06 nov (Lusa) - A UNESCO anunciou hoje que lançou um Observatório de Jornalistas Assassinados para registar as medidas adotadas para punir os crimes cometidos contra os profissionais dos `media` e lutar contra a impunidade dos responsáveis pelas mortes.

Este Observatório é "uma base de dados `online`" sobre "os progressos nas investigações judiciais ao assassínio de cada jornalista ou outro profissional dos `media` registado pela Unesco desde 1993, com base em informações fornecidas pelo país onde foi cometido o homicídio", explicou a UNESCO em comunicado.

Desde 1993 estão registados no Observatório 1.293 assassínios, "dos quais mais de 80 desde o início deste ano".

Se os enviados especiais são muitas vezes mortos em território em guerra, são os jornalistas locais que investigam corrupção, a criminalidade e a política que constituem de longe o maior número de vítimas. Representam 90% dos jornalistas assassinados em 2017, de acordo com a agência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Segundo um relatório da diretora-geral da organização, Audrey Azoulay, sobre a segurança dos jornalistas e o perigo da impunidade, de 2018, "um jornalista ou membro dos `media` é morto a cada quatro dias".

A situação mostra de forma "trágica os riscos que correm muitos jornalistas no exercício das suas funções e as últimas estatísticas da UNESCO indicam que em 89% dos casos, os autores destes atos permanecem impunes", salienta a organização.

A base de dados permite "aos jornalistas, aos pesquisadores e ao grande público obter informações sobre jornalistas mortos e fazer pesquisas por nacionalidade, por país onde ocorreu o assassínio, por nome, por género, por tipo de `media` e por estatuto profissional", indicou.

São também dadas "informações sobre o avanço nos inquéritos judiciais e, em muitos casos, permite o acesso a documentos provenientes das autoridades nacionais sobre os processos judiciais. (...) Os perfis dos países permitem avaliar os níveis de impunidade de cada país", acrescenta a UNESCO.

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