Félix da Costa campeão mundial de Fórmula E

por Mário Aleixo - RTP
Félix da Costa é campeão mundial da Fórmula E Yotube

O piloto português António Félix da Costa (DS Techeetah) sagrou-se campeão mundial de Fórmula E, competição para carros elétricos, ao ser segundo classificado na oitava jornada da competição, em Berlim.

Ao partir do segundo lugar da grelha, o português chegou a liderar durante várias voltas, mas acabou por ser ultrapassado pelo companheiro de equipa, o francês Jean-Éric Vergne, que venceu a corrida.

O segundo lugar foi suficiente para o piloto de Cascais festejar o título de pilotos, quando faltam duas corridas para o final do campeonato, com a DS Techeetah a festejar também o triunfo no campeonato de equipas.

"Não há palavras, chegámos aqui a Berlim na frente do campeonato e fizemos tudo como devíamos. Somos campeões do mundo, ainda não estou em mim, trabalhei toda a minha vida para isto, tive momentos complicados na minha carreira mas sem dúvida que valeu a pena", disse Félix da Costa, citado pela sua assessoria de imprensa, fazendo questão de agradecer o apoio de todos os portugueses, assim como à família e a toda a equipa.


"Estou sem palavras. Só me vieram à ideia os momentos difíceis por que passei. Estive perto de desistir, mas continuei devido às pessoas que estavam comigo", disse Félix da Costa após a corrida.

‘Yes’. É nosso! É nosso! Não tenho palavras. Depois de tantos dias maus, trazer este título para Portugal é incrível. Obrigado aos que nunca deixaram de acreditar. Obrigado pelos votos no ‘fanboost’", frisou.

Félix da Costa destacou ainda os feitos dos portugueses que competem em várias modalidades desportivas no estrangeiro.

"Somos um país pequeno, mas cheio de talento. Não só no futebol, com o nosso Cristiano (Ronaldo), mas em muitos desportos. Andamos além-fronteiras a representar grandes marcas", disse, antes de dedicar o título conquistado, o primeiro da carreira, ao país de origem: "Obrigado, é para Portugal", finalizou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, felicitaram o piloto pela sua conquista.

"Formiga: altos e baixos de uma carreira

O piloto português António Félix da Costa (DS Techeetah) sagrou-se hoje campeão mundial de Fórmula E, cumprindo o desígnio que muitos auguravam ao ‘formiga’, a quem só faltou conseguir um lugar na Fórmula 1.

Essa parece ter sido, durante algum tempo, uma sombra negra que pairou sobre António Félix da Costa, o mais talentoso dos pilotos lusos em atividade e o último a estar prestes a garantir um lugar na categoria rainha do desporto automóvel.

Superada a desilusão de se ver preterido, em 2013, pelo russo Daniil Kvyat, na corrida por um lugar na Red Bull, Félix da Costa mostrou esta época todo o talento que se lhe reconhece há pelo menos 20 anos.

Foi, precisamente, nessa altura, aos nove anos, que deu os primeiros passos na competição inspirado pelo irmão mais velho, Duarte, indiferentes ao peso do nome, da família Espírito Santo.

Em 2002, o primeiro troféu. Até 2007, participou em algumas das mais importantes provas europeias da modalidade.

Dono de um forte sentido de responsabilidade e com um talento inato, em 2008 dá o salto para a World Series by Renault, competindo neste troféu de monolugares.

Os desempenhos valeram-lhe o convite para testar um Force India de Fórmula 1, em 2010, tornando-se, aos 19 anos, o mais novo português de sempre a conduzir um destes monolugares.

Em 2012, foi contratado para o programa de jovens pilotos da Red Bull, num ano que terminou da melhor forma, com a vitória no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3.

A desilusão de 2013 levou-o para o Campeonato Alemão de Carros de Turismo (DTM), ao mesmo tempo que era piloto de reserva na Fórmula 1.

O arranque do campeonato de carros elétricos, a Fórmula E, levou-a a regressar aos monolugares. Conseguiu uma vitória logo no ano de estreia, mas só viria a repetir o feito na época passada, quando estava na BMW, tendo ainda lutou pelo título no início do campeonato.

Mas a confirmação chegaria, finalmente, ao sexto ano, interrompido durante cinco meses devido à pandemia de covid-19.



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