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Portugal-Espanha é teste à ambição dos rivais ibéricos

por Lusa
Reuters

O campeão europeu Portugal e a poderosa Espanha testam na sexta-feira, em Sochi, a robustez da sua ambição no Mundial2018, perfilando-se como os favoritos no Grupo B, que inclui igualmente o Irão, de Carlos Queiroz, e Marrocos.

Em Kratovo, local de estágio na Rússia, os lusos já reconheceram maior favoritismo ao campeão do Mundo de 2010 e da Europa de 2008 e 2012, contudo o rival ibérico não partilha desse 'chutar' de responsabilidade para o seu campo, até por reconhece imenso valor ao vizinho, muito além do inevitável Cristiano Ronaldo.

Os selecionadores Fernando Santos e Julen Lopetegui, ex-FC Porto e que terça-feira foi anunciado como novo treinador do Real Madrid, por três épocas, sabem que conquistar pontos é essencial para as suas pretensões, até para não pairar no ar o frustrante último desempenho mundial, em 2014, em que ambos se ficaram pela fase de grupos, no Brasil.

Se Portugal ostenta a responsabilidade que lhe confere o estatuto de campeão da Europa em título, a Espanha não se pode esconder, pois tem um coletivo extremamente poderoso, composto essencialmente por atletas do Real Madrid, vencedor novamente da Liga dos Campeões, e do campeão espanhol FC Barcelona, dois dos mais ricos e poderosos clubes do planeta.

A Espanha apresenta-se sem qualquer derrota na 'era Lopetegui', que entrou após o Euro2016: depois do título lusitano, é a única seleção no 'velho Continente' que ainda não foi derrotada.

Sem desaires há 20 jogos, exatamente o número de desafios em que marca consecutivamente, com 61 golos, uma impressionante média de mais de três tentos por partida.

Portugal não se pode pavonear com os mesmos números, mas os que exibe são para orgulhar: com Fernando Santos -- desde outubro de 2014 -, perdeu apenas uma vez em partidas oficiais, na Suíça (0-2), no primeiro encontro rumo ao Rússia2018.

A história já não é tão favorável à formação das 'quinas', uma vez que em oito embates a 'sério', contabiliza um único triunfo, contra quatro, sendo que, no último, nas meias-finais do Euro2012, a Espanha passou nos penáltis (4-2, após 120 minutos sem golos), rumo ao título (4-0 à Itália, na final).

Eliminar Portugal parece mesmo um amuleto para a Espanha, que em 2010 também afastou os lusos, então de Carlos Queiroz, nos oitavos de final do mundial da África do Sul, com golo de David Villa (63 minutos), partindo rumo ao seu único título na prova.

O singular sucesso nacional aconteceu no Euro2004, quando um remate de fora da área de Nuno Gomes valeu o 1-0, em Alvalade, que ditou o prematuro afastamento da Espanha -- não perdia há 12 anos em fases finais do Europeu -, por um golo, a favor da Grécia, que bateria Portugal, de Scolari, na final da Luz (1-0).

Estatísticas à parte, uma das questões faladas pelos oponentes tem a ver com quem será o 'senhor' da bola -- e quem correrá atrás da mesma -, pois a posse é imagem de marca de ambos, estilo que significou títulos internacionais e, entretanto, recuperado por Lopetegui, que conhece muito bem o futebol português, já que orientou, sem êxitos, os 'dragões' de 2014 a 2016.

O conjunto das 'quinas' apresentará como principais dúvidas a companhia de Pepe no eixo da defesa e a de Cristiano Ronaldo na frente de ataque, sendo que José Fonte, titular no Euro2016, e André Silva, que fez toda a campanha de apuramento ao lado do 'capitão', podem ser os escolhidos.

Do lado espanhol, a grande incerteza é saber se Diego Costa será o avançado de referência, ou se essa missão caberá ao 'móvel' Iago Aspas ou ao ex-benfiquista Rodrigo: os defesas Carvajal e Piqué estavam em dúvida por motivos físicos, porém parecem já operacionais.

Assim, Portugal poderá alinhar com o guarda-redes Rui Patrício atrás da defesa que anulou a França na final do Euro2016 (Cédric, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro), William e João Moutinho jogarão no centro do meio campo, com João Mário e Bernardo Silva mais abertos, a servir Cristiano Ronaldo e André Silva.

De Gea estará na baliza do antagonista ibérico, protegido por Carvajal, Piqué, Sérgio Ramos e Jordi Alba, enquanto Busquets é o trinco num meio-campo que tem ainda Thiago Alcântara e o 'cérebro' Iniesta, sendo que David Silva e Isco serão o apoio mais próximo ao ponta-de-lança Diego Costa.

O encontro entre Portugal e a Espanha, do Grupo B da fase final do Mundial2018, realiza-se na sexta-feira, a partir das 21:00 locais (19:00 em Lisboa), em Sochi. Antes, pelas 18:00 (16:00), Marrocos defronta o Irão, de Carlos Queiroz, em São Petersburgo.
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