Em direto
Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito entre Irão e Israel ao minuto

10.000 nigerianos fogem para os Camarões após ataque terrorista

por Lusa

Cerca de 10.000 pessoas fugiram a pé, nos últimos três dias, de Rann, no nordeste da Nigéria, em direção aos Camarões, após o violento ataque armado perpetrado por alegados jihadistas, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

"Mais de 10.000 pessoas atravessaram o rio que marca a fronteira [com os Camarões]", disse à agência noticiosa espanhola, Efe, o coordenador de emergências da MSF, Xavier Henry, que indicou que esta organização começou a prestar assistência a estas pessoas na localidade camaronesa de Bodo, a sete quilómetros de Rann.

Na passada segunda-feira, a cidade de Rann (noroeste), no estado nigeriano de Borno, foi invadida por alegados combatentes do grupo jihadista Estado Islâmico da África Ocidental (ISWA), uma fação do Boko Haram, segundo fontes militares.

Os atacantes incendiaram o mercado, além de várias lojas e casas em Rann, onde também destruíram as instalações da MSF, que tinha nesta localidade um armazém, uma oficina e uma farmácia.

Sem nada, milhares de mulheres, homens e crianças -- alguns feridos no ataque -- começaram a caminhar em direção aos Camarões, a maioria carregando apenas alguns pertences que conseguiram salvar, de acordo com aquela organização não-governamental.

"As condições de vida destes deslocados já são difíceis há muito tempo e, agora, estamos a tentar fazer o melhor possível, mas falamos de milhares e milhares de pessoas dependentes de ajuda humanitária", lamentou Henry.

O nordeste da Nigéria é atingido, há anos, pela violência do Boko Haram, que desde 2009 procura impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmano no norte e predominantemente cristão no sul.

Desde então, mais de 20.000 pessoas morreram e o número de deslocados quase alcança os dois milhões, de acordo com as Nações Unidas.

Uma força multinacional integrada pela Nigéria, Níger, Camarões e Chade conseguiu debilitar consideravelmente a insurgência do Boko Haram, apesar de os jihadistas ainda lançarem ataques indiscriminados contra áreas sensíveis como escolas, mesquitas ou mercados.

Tópicos
pub