Acusações de envenenamento na morte de MNE da Bielorrússia

por RTP
Vladimir Makei, o segundo à frente, a contar da esquerda para a direita, durante uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros na Arménia. EPA

O ministro bielorrusso dos Negócios Estrangeiros, Vladimir Makei, morreu “repentinamente” no passado sábado, segundo a agência noticiosa estatal Belta. Não foram dadas quaisquer explicações sobre a causa da morte do político de 64 anos. Da Ucrânia e da oposição russa a Putin levantam-se acusações de envenenamento.

Leonid Nevzlin, oligarca conhecido como opositor de Vladimir Putin, garante que a causa da “misteriosa e inesperada” da morte foi veneno russo desenvolvido “num laboratório especial do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa”.

O opositor de Putin acredita que a Rússia não está satisfeita com o tempo que o exército bielorrusso está a levar para entrar na guerra contra a Ucrânia, estando, por isso, o Kremlin a ameaçar e a pressionar o regime de Aleksandr Lukashenko.

Também Volodymyr Zelensky disse acreditar que o envenenamento foi a causa da morte de Vladimir Makei sendo que este era uma das poucas pessoas que não estava sob influência da Rússia.

No Twitter, o conselheiro do ministro ucraniano da Administração Interna concorda com esta teoria. “Há rumores de que ele pode ter sido envenenado. Makei foi apontado como um possível sucessor de Lukashenko. Ele era um dos poucos que não estava sob influência russa. Rumores dizem que isso pode ser uma deixa para Lukashenko”, escreveu Anton Gerashchenko na rede social.


Segundo Leonid Nevzlin, o presidente da Bielorrússia terá já aumentado a sua segurança com receio de também ser envenenado, ordenando a substituição de todos os seus cozinheiros, funcionários e seguranças.

“O ditador não confia em ninguém. E não é sem motivo, ele acredita que depois de Makei, poderá estar a ser preparado um funeral magnífico para si”, afirmou Leonild Nevzlin ainda no Twitter.

Na semana passada, uma investigação do Instituto Robert Lansing já tinha alertado para o facto de que o Kremlin pudesse estar a planear o assassinato de Lukashenko, de forma a ter aliados de Putin a controlar o poder no país.

Vladimir Makei esteve à frente da diplomacia bielorussa mais de uma década, tendo ocupado o cargo desde 20 de agosto de 2012. Antes disso foi o chefe de gabinete do presidente durante quatro anos.

Desde o início da guerra na Ucrânia que Vladimir Makei era visto como um dos poucos pontos de contacto entre o regime bielorrusso e o Ocidente. Um dia antes da sua morte encontrou-se com o enviado do papa, Ante Jozic, com quem terá discutido um caminho para a paz na Ucrânia.
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