Administração Trump quer enfraquecer normas ambientais para veículos

por RTP
Lucas Jackson - Reuters

O Governo de Donald Trump apresentou esta quinta-feira uma proposta que visa alterar as normas ambientais impostas para veículos nos Estados Unidos, estabelecidas durante a Administração Obama. A nova proposta pode acabar com a exigência de carros mais eficientes no consumo de combustível e menos poluentes.

Na quinta-feira, a Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em inglês) e a Agência de Segurança Rodoviária divulgaram uma proposta com regras anti-poluição menos exigentes.
As normas anteriores previam aumentos graduais da autonomia dos veículos para atingir um objetivo de 4,32 litros de combustível por 100 quilómetros em 2025.
"Vamos honrar a promessa do Presidente Trump aos americanos de encontrar uma solução para a questão da economia de combustível e normas de emissões de dióxido de carbono" (CO2), afirma o responsável da EPA, Andrew Wheeler.

"Carros e camiões são apenas parte da fibra básica da economia americana e da experiência americana. Por isso mesmo, nós levamos o que estamos a fazer muito, muito a sério", disse Bill Wehrum, administrador-assistente da EPA.

Durante a Administração Obama, a Agência de Proteção Ambiental pediu que os padrões de economia de combustível para novos veículos fossem mais rigorosos, tornando o fabrico de veículos mais limpos e eficientes uma norma. Na altura, a política recebeu a oposição dos fabricantes de automóveis. A proposta de Obama tinha como objetivo combater as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases com efeito estufa.

Os dois organismos americanos afirmam que as normas de Obama contribuíram para o aumento do preço médio dos carros para 35 mil dólares, o que leva muitos consumidores a optarem por não trocar de carro.

Como os veículos mais novos têm recursos de segurança avançados, o Governo de Trump argumenta que aumentar as exigências de economia do combustível prejudica a segurança nas estradas, além de ter efeitos económicos.

Neste sentido, as agências indicam que a suspensão das normas do Governo anterior pode permitir aos cidadãos norte-americanos a poupança de milhões de dólares e a redução do número de mortos nas estradas.
“Um ataque à saúde dos americanos"

A única maneira de reduzir as emissões de CO2 dos carros é reduzir a quantidade de combustível queimado. Isto gerou uma situação difícil para a indústria automóvel nos EUA, na medida em criou diferentes padrões de economia de combustível nos Estados.

O governador da Califórnia, Jerry Brown chamou a nova proposta de "imprudente".

"É uma traição e um ataque à saúde dos americanos em todos os lugares", disse Brown em comunicado. "A Califórnia vai lutar contra esta estupidez de todas as formas possíveis", acrescentou o governador no Twitter.

A Califórnia estabelece há várias décadas padrões de  emissões de gases de efeito de estufa por conta própria, de modo a combater a poluição.

Segundo o New York Times, o projeto do Governo atraiu críticas não só de ambientalistas, consumidores e representantes da indústria automóvel, mas também de Estados.

Os procuradores-gerais de 20 estados, incluindo a Califórnia, classificaram o plano “ilegal” e prometeram processar a Administração Trump, afirmando que a nova proposta forçaria os condutores a pagar mais pelo gás e a criar mais poluição.

c/Lusa
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