Afeganistão. Turquia anuncia retirada de tropas integradas na missão da NATO

por Lusa

A Turquia iniciou hoje a retirada das suas tropas do Afeganistão, depois de 19 anos na missão da NATO liderada pelos Estados Unidos, anunciou o Ministério da Defesa turco.

"Depois de vários contactos e de avaliar a situação e as condições atuais, as Forças Armadas da Turquia começaram a retirada", lê-se na nota publicada pelo Governo e citada pela agência Efe.

A Turquia era o sétimo maior contribuinte para o esforço da NATO no pais, com 600 soldados, e, juntamente com os EUA, Alemanha e Itália, um dos quatro países com responsabilidades operacionais, nomeadamente em Cabul.

No nota publicada pelo Governo de Ancara, recorda-se que o exército turco desempenhou "desde 2002 e até hoje, no âmbito dos acordos das Nações Unidas, da NATO e bilaterais, uma missão para melhorar a estabilidade, a tranquilidade e a paz do povo afegão", e acrescenta que nos últimos seis anos as tropas turcas assumiram a proteção do aeroporto internacional de Cabul.

Após uma ofensiva relâmpago, os talibãs tomaram Cabul no passado dia 15 de agosto, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão, 20 anos depois de terem sido expulsos pelas forças militares estrangeiras (EUA e NATO).

Foi o culminar de uma ofensiva que ganhou intensidade a partir de maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e dos seus aliados da NATO, incluindo Portugal.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Desde que os talibãs entraram na capital afegã, milhares de pessoas têm convergido para a zona do aeroporto internacional de Cabul para tentar sair do país antes de 31 de agosto.

Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da `Sharia` (lei islâmica), teme-se que os radicais voltem a impor um regime de terror, nomeadamente ao nível dos diretos fundamentais das mulheres e das raparigas.

Tópicos
pub