África do Sul quer investigação sobre morte de sul-africano em prisão de Cabo Delgado

por Lusa

O Governo sul-africano mandou investigar a morte do empresário sul-africano Andre Hanekom num hospital prisional em Cabo Delgado, norte de Moçambique, disse hoje à Lusa o porta-voz do MNE.

"A ministra Lindwe Sisulu instruiu o Alto-Comissário a trabalhar urgentemente com as autoridades [moçambicanas] sobre as circunstâncias da sua morte e a relatar o acontecido", disse Ndivhuwo Mabaya, porta-voz do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação em comunicado enviado hoje à agência Lusa.

"O Alto-Comissário sul-africano em Moçambique, o embaixador Mandisi Mpahlwa, informou a ministra das Relações Internacionais e Cooperação, Lindiwe Sisulu, que a mulher de Andre Hanekom confirmou que ele tinha falecido esta manhã, 23 de janeiro, num hospital prisional", lê-se na nota.

Fonte próxima da família disse à Lusa que Andre Hanekom "começou a sangrar do estômago no fim-de-semana e que a família suspeitou que tivesse sido envenenado por estar em convulsões".

Mais tarde, adiantou a fonte da Lusa, o empresário "foi transferido para o hospital e, de acordo com a esposa, a sua condição melhorou um pouco".

Segundo a fonte, Hanekom morreu cerca das 04:00 de hoje.

Desconhece-se de momento se a autópsia será feita antes ou depois de o corpo ser traslado para a África do Sul.

O empresário sul-africano de 61 anos, natural de Mbombela, vivia há 26 anos em Palma, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, onde se dedicava à caça e pesca de alto mar, tendo sido detido recentemente pelas autoridades de Moçambique sob acusação de alegadamente incitar ataques armados no norte do país.

No domingo, o Ministério das Relações Internacionais e Cooperação sul-africano (Dirco, na sigla em inglês) disse que Hanekom encontrava-se "bem em custódia".

"A ministra orientou o embaixador Mpahlwa a visitar Hanekom depois de receber preocupações da família e dos amigos sobre a sua saúde. O alto-comissário confirmou à ministra que Hanekom está bem na prisão e que enfrenta várias acusações. Ele vai comparecer em tribunal em breve", disse Mabaya, em comunicado, no domingo.

Citada hoje pela rádio EWN de Joanesburgo, a viúva de Hanekom disse que "as autoridades moçambicanas estavam a tentar obter acesso à propriedade da família junto ao mar, situada defronte dos valiosos depósitos de gás naquela província" do norte de Moçambique.

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