Alemanha defende imposição de sanções face a repressões

por Lusa
Vasily Fedosenko, Reuters

O Governo alemão afirmou hoje ser a favor da imposição de sanções à Bielorrússia pela União Europeia face às repressões adotadas no país no âmbito da polémica reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko.

"Consideramos que a questão das sanções [à Bielorrússia] também deve ser discutida" durante a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) marcada para hoje em Bruxelas, indicou o porta-voz do Governo alemão, que preside atualmente a União Europeia.

Esta reunião constitui "um passo importante na formulação de uma resposta europeia comum aos acontecimentos na Bielorrússia", acrescentou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu hoje ao Conselho da UE que imponha sanções à Bielorrússia por violação de valores democráticos e direitos humanos.

"Precisamos de sanções adicionais contra aqueles que violaram valores democráticos ou abusaram de direitos humanos na Bielorrússia", escreveu Von der Leyen, na rede social Twitter.

"Estou confiante de que a reunião de hoje dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE demonstre o nosso forte apoio ao direito das pessoas na Bielorrússia às liberdades fundamentais e à democracia", acrescentou.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE realizam hoje uma reunião extraordinária, por videoconferência, na qual discutirão a estratégia comum de resposta à repressão violenta das manifestações na Bielorrússia após as eleições presidenciais de domingo, que deram uma nova vitória a Alexander Lukashenko.

A reunião foi convocada pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, face ao agravamento da repressão pelo regime de Lukashenko das muitas manifestações que têm ocorrido um pouco por todo o país ao longo da semana a contestar os resultados eleitorais, que já levou a milhares de detenções e a pelo menos duas vítimas mortais.

Na quinta-feira, a Alemanha convocou o embaixador bielorrusso para manifestar a sua insatisfação com a repressão das manifestações naquele país após as eleições, revelou fonte diplomática alemã.

"Está bastante claro que a repressão violenta e a prisão de manifestantes pacíficos e jornalistas na Bielorrússia não são aceitáveis ??na Europa do século XXI", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas.

Milhares de pessoas formaram cordões humanos nas ruas de Minsk na quinta-feira para denunciarem a repressão violenta das manifestações de contestação dos resultados das eleições de domingo, que mantiveram no poder o Presidente Lukashenko, noticiou a AFP.

No total, milhares de pessoas aderiram a este tipo de ação na capital, enquanto nas redes sociais se multiplicam as imagens de encontros semelhantes no país.

Há também relato de greves em empresas e fábricas no país.

Esta forma de mobilização, lançada na quarta-feira por dezenas de mulheres vestidas de branco, até agora não desencadeou uma repressão violenta como a que visou as manifestações noturnas.

Milhares de pessoas manifestam-se na Bielorrússia desde domingo, exigindo a recontagem dos votos que deu a Alexander Lukashenko uma vitória esmagadora com 80% dos votos.

Desde domingo, mais de 6.700 pessoas foram presas durante ações de protesto.

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