O grupo de homens detido na sexta-feira, suspeito de envolvimento num grupo de extrema-direita, pretendia realizar ataques a mesquitas, políticos e requerentes de asilo, com o objetivo de criar uma guerra civil.
Segundo o procurador alemão da República, os homens planeavam realizar massacres em mesquitas, semelhante ao de 2019 em Christchurch, na Nova Zelândia, em que morreram 51 pessoas em duas mesquitas e pretendiam usar armas semiautomáticas, avança o jornal alemão Der Spiegel.
Werner S. – alegado líder do grupo foi vigiado pelas autoridades durante vários meses. Era conhecido das autoridades e residia em Augsburg.Numa reunião com os seus colaboradores terá revelado detalhes dos planos, que chegaram às autoridades alemãs através de um informador que se infiltrou no grupo.
O plano do grupo era atacar muçulmanos, em pequenas comunidades, enquanto estes rezavam em mesquitas.
As autoridades alemãs realizaram buscas em 13 locais, distribuídos por cinco Estados da região e apreendeu facas, bestas, granadas, uma espingarda e uma pistola.
Dos 12 detidos na sexta-feira, quatro enfrentam suspeitas de formação de uma “associação terrorista de extrema-direita”, enquanto os outros oito – entre eles um oficial da polícia da Renânia do Norte-Vestefália – são suspeitos de fornecerem “apoio financeiro e assistência na obtenção de armas”, declararam as autoridades.
Os homens conheceram-se através de um grupo de WhatsApp e formaram a organização, conhecida como Der Harte Kern, em setembro do ano passado.
Segundo as autoridades, a célula terrorista estava “bem organizada” e Werner S. era o “cérebro” do grupo.
Werner S. tentou recrutar homens “inteligentes, fortes e rápidos” para construir um exército. Nas conversas de WhatsApp foi referido que existiria um “treino militar” e que qualquer tipo de traição seria “severamente punida”.
O Ministério Público alemão afirmou que os suspeitos pretendiam realizar ataques que causassem estragos e uma atmosfera de medo que tivesse semelhanças a uma guerra civil.
“O objetivo da organização era abalar e, eventualmente destruir o sistema democrático e a coesão social”, declarou o Governo alemão.
“Com o objetivo de criar condições semelhantes a uma guerra civil, forma planeados ataques, que não se concretizaram, contra políticos, requerentes de asilo e membros da comunidade muçulmana”, acrescentou.
As autoridades alemãs afirmam estar preocupadas com o terrorismo de movimentos de extrema-direita. Cerca de 50 pessoas estão a ser investigadas como extremistas de direita.