Alunos guineenses contra decisão do Governo de suspender aulas em Bissau

por Lusa

Um coordenador das associações de estudantes da Guiné-Bissau considerou hoje que a decisão do Governo em suspender as aulas em Bissau durante 30 dias, para evitar o alastramento da infeção pela covid-19, é inadequada e inoportuna.

Ericsson Yé, presidente da Plataforma Nacional das Associações Académicas do Ensino Médio e Superior da Guiné-Bissau (PNAAEMS-GB) disse que vão tentar falar com o ministro da Educação, Arceni Baldé, para lhe mostrar a indignação dos estudantes quanto à suspensão de aulas por um período de 30 dias.

"Consideramos a medida de inaceitável, inadequada e inoportuna. É verdade que a situação exige medidas de precaução que evitem o alastramento da doença, mas não concordamos com a suspensão de aulas", referiu o dirigente.

A PNAAEMS-GB promoveu hoje uma conferência de imprensa e nos próximos dias vai tentar falar com o ministro e se não surtir efeito tenciona "iniciar outras formas de reivindicação", disse Ericsson Yé.

Para o dirigente estudantil, a situação da pandemia na Guiné-Bissau não justifica a suspensão de aulas, dado o "reduzido número de casos de infeção", notou.

"Há poucos casos ativos, devia ser tomada outra medida, mas nunca a suspensão das aulas", realçou o líder da PNAAEMS-GB, que agrupa 11 associações de estudantes guineenses.

Ericsson Yé afirmou que, ao nível do ensino superior, o ano letivo, em algumas escolas nem sequer começou, e que com a suspensão decretada pelo Governo as aulas "na melhor das hipóteses" só vão decorrer durante quatro meses.

Devido às greves dos professores, várias escolas da Guiné-Bissau ainda estão a terminar o ano letivo transato e em fevereiro iriam arrancar com o novo ano escolar.

O presidente da PNAAEMS-GB questiona a decisão do Governo com o facto de os mercados e os transportes públicos estarem a funcionar normalmente, notou.

"Ao invés da suspensão das aulas, o Governo poderia utilizar as escolas como lugar de sensibilização e desta forma os alunos poderiam disseminar mais a mensagem", de como prevenir a infeção pela covid-19, observou Ericsson Yé.

A Guiné-Bissau registou entre os dias 18 e 24 de janeiro 23 casos positivos de covid-19, aumentando o total de casos ativos no país para 62, segundo dados do Alto-Comissariado para a Covid-19 hoje divulgados.

Segundo os dados, o país regista um total acumulado de 2.533 casos desde que foram detetadas as primeiras infeções por covid-19 no país, em março de 2020.

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