Álvaro Uribe eleito na Colômbia com recorde de mais de 864 mil votos

por Lusa

O ex-Presidente colombiano Álvaro Uribe foi reeleito como senador, com mais de 864 mil votos, o que o torna o deputado da câmara alta que obteve mais votos numa eleição.

Com 97,69% dos votos contados, Uribe obteve 864,856 votos, o que lhe permitirá liderar novamente o seu partido, o Centro Democrático, no Senado.

Até agora, o recorde histórico pertencia ao ex-vice-presidente e hoje candidato ao cargo de chefe de Estado, Germain Vargas Lleras, que em 2006 obteve 223.330 votos.

Em 2014, Uribe já liderou o Centro Democrático no Senado, mas nessa altura candidatou-se com uma lista fechada, então os mais de dois milhões de votos que recebeu obteve-os em nome do seu partido e não em seu nome individualmente.

No entanto, as eleições deste domingo marcaram três novos recordes, já que Antanas Mockus, no seu regresso à política ativa, com a Aliança Verde, obteve 537.329 votos.

Também o esquerdista Jorge Robledo, do Polo Democrático Alternativo (PDA) venceu a marca histórica de Vargas Lleras ao conseguir 224.377 votos.

A direita, contrária ao acordo de paz com as FARC, venceu as eleições parlamentares na Colômbia, mas sem uma maioria, após uma votação histórica na qual o ex-guerrilheiro participou, de acordo com resultados parciais.

O Centro Democrático de Uribe tornou-se a primeira força política da Colômbia, numa eleição marcada por uma abstenção acima dos 50 por cento.

Com quase 100 por cento dos votos escrutinados, o Centro Democrático elegeu 19 senadores, o que o torna o partido com mais representantes na Câmara Alta, apesar de perder um lugar em relação à anterior eleição.

Os colombianos votaram este domingo nas legislativas, eleições determinantes para pôr em prática o acordo de paz com a ex-guerrilha marxista das FARC, convertido em partido político e que participa pela primeira vez nas eleições.

Mais de 36 milhões de eleitores elegem por quatro anos 102 senadores e 166 deputados, num sufrágio marcado por violência e intolerância, que mostrará também qual será a força dos partidos para as presidenciais de 27 de março.

Estes deputados e senadores devem pronunciar-se sobre o passo seguinte do desenvolvimento do histórico acordo de paz assinado em novembro de 2016.

A campanha eleitoral ficou marcada por atos de violência, incluindo ataques físicos, numa campanha para eleições que deveriam ser as mais tranquilas da história recente da Colômbia, devido à assinatura do acordo de paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - ex-guerrilha de esquerda, transformada agora em partido), que durante décadas foram um fator desestabilizador na política nacional.

Estas eleições são cruciais porque definirão o apoio que o próximo Presidente terá para governar, e terá um parlamento cuja novidade será a presença de dez membros das FARC (agora Força Alternativa Revolucionária Comum), cinco em cada casa legislativa, independentemente do número de votos obtidos, já que foi assim determinado no acordo de paz com a ex-guerrilha.

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