A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) pediu hoje às autoridades moçambicanas que libertem os 18 membros do partido da oposição Nova Democracia, detidos desde o dia das eleições gerais e provinciais, a 15 de outubro.
"Instamos as autoridades moçambicanas a libertarem imediata e incondicionalmente todos os 18 monitores eleitorais", refere, em comunicado, o diretor regional da Amnistia Internacional para a África Austral, Deprose Muchena.
Aquele responsável diz que "não há nenhum fundamento legal para a detenção contínua desses 18 indivíduos".
Os militantes foram detidos no distrito de Chókwè, Sul de Moçambique, sob a acusação de terem tentado exercer a função de delegados de candidatura nas assembleias de voto, no dia das eleições, sem supostamente estarem credenciados para o efeito.
Salomão Muchanga, presidente do partido, já negou as acusações, sustentando que "a polícia e os órgãos eleitorais não queriam a presença de membros da oposição" que pudessem detetar evebtuais casos de fraude eleitoral.
A reação da AI surge depois de ter sido anunciada a transferência dos membros do Nova Democracia para uma prisão a 154 quilómetros de distância, de Guijá para Xai-Xai.
"É um desenvolvimento alarmante e parece ser uma tentativa deliberada das autoridades de ocultar detalhes de seu paradeiro e tratamento", acrescenta a organização.
O partido já pediu a intervenção de instituições de direitos humanos, nomeadamente provedor de Justiça, Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Ordem dos Advogados de Moçambique.