O presidente e deputado único do Chega vitimizou-se na quarta-feira, dizendo ser alvo de perseguição por ser multado por discriminar ciganos, depois de se envolver em nova troca de insultos com a deputada não inscrita Joacine Moreira.
Ventura foi notificado quarta-feira de uma multa de 438,81 euros por discriminar ciganos, numa publicação em agosto na rede social Facebook, pela Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR).
"Portugal é um Estado de Direito, democrático, que preza a liberdade de expressão. O que quis dizer foi que, se calhar, a Joacine está muito melhor em países de ditadura, como a Guiné, onde o pensamento é muito mais policiado. Não quis ir mais longe para não falar da Arábia Saudita ou outros para a Joacine se sentir melhor", afirmou o líder do partido da extrema-direita parlamentar.
O também candidato presidencial ainda pode então ser ouvido ou deixar correr o processo até ao Ministério Público, o qual deduzirá ou não uma acusação. No pior dos cenários, está em causa um crime de discriminação racial, cuja pena máxima é de cinco anos de prisão.
Joacine Moreira (ex-Livre) insurgiu-se quarta-feira contra o baixo valor da coima na rede social Facebook, classificando-a como "preço de um amendoim".
Ventura respondeu a Joacine, desta feita através da rede social Twitter, com nova expressão depreciativa: "é aquilo que eu sempre disse, na Guiné é que estava bem", escreveu, ilustrando com uma foto da deputada não inscrita.