António Costa e Silva. Descentralizar trará eficiência na aplicação dos fundos

por Mário Aleixo - RTP
António Costa e Silva pede eficiência para se poder recuperar a economia do país RTP

Descentralizar trará eficiência na aplicação dos fundos da União Europeia. Esta a convicção manifestada pelo professor António Costa e Silva, em entrevista ao programa Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios.

António Costa e Silva não vê vantagens na regionalização do país, mas defende uma maior descentralização, nomeadamente na aplicação do pacote financeiro da união europeia para a recuperação da economia. O responsável pelo plano de retoma pós-covid19, considerou que o país será mais eficiente se for mais descentralizado e não criando "novas camadas" dentro da estrutura que já existe. Considera que é preciso mais descentralização e mais eficiência na utilização dos recursos.

Ainda sobre as verbas provenientes da União Europeia o professor do Instituto Superior Técnico considera que a utilização dessas verbas só será eficiente se houver descentralização, mediante uma orientação global e estratégica.

Admite no entanto que a corrupção é um problema e dai a proposta de um portal onde todas as verbas utilizadas são apresentadas de forma transparente.

DESAFIO ENTENDIDO

Na semana em que o Instituto Nacional de Estatística revelou que o PIB registou uma quebra de 16,5 por cento em termos homólogos, Costa Silva vem lembrar que a situação do país é muito difícil, que é urgente apresentar uma resposta, porque se isso não acontecer, a situação vai agravar-se. Adianta que o primeiro-ministro "percebe a dimensão do desafio e está a mobilizar a máquina para dar uma resposta".

MOBILIZAR A BANCA

Sobre a banca, que tem vindo a registar quebras na sequência da pandemia, o consultor do Governo defende que tem de ser chamada para o processo de recuperação, "é indispensável", tem de dispor de condições concorrenciais e não pode ser penalizada, como foi por exemplo com a aplicação de uma taxa adicional por causa da pandemia.

NOVO PARADIGMA

Em resposta a algumas críticas sobre o papel que defende para o Estado, Costa Silva considera que a pandemia obriga a entrar numa nova "era" e lamenta que o seu plano continue a ser discutido com base em conceitos do passado. "Precisamos de um paradigma novo, uma nova síntese económica e política para fazer face aos problemas".

ESTADO E MERCADOS


Costa e Silva considera também que nas discussões à volta do seu plano "as pessoas analisam isso, prisioneiras do passado". É necessário uma "combinação virtuosa" entre Estado e mercados.

O professor catedrático António Costa e Silva, convidado do Programa Conversa Capital, entrevistado pelos jornalistas de Rosário Lira (Antena1) e David Santiago (Jornal de Negócios).

Uma entervista para ouvir na íntegra este domingo depois do noticiário das 13h00.

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