Arábia Saudita. Segurança do Estado pede desculpa por ter rotulado feminismo de extremista

por RTP
Mulher saudita, festejando o direito a conduzir o seu carro Hamad I Mohammed, Reuters

A agência de segurança da Arábia Saudita publicou na sua conta do Twitter um vídeo onde classifica o feminismo, a homossexualidade e o ateísmo como ideias perigosas. A agência de segurança está a investigar o vídeo, admitindo que tem vários erros.

A Comissão dos Direitos Humanos da Arábia Saudita publicou um comunicado onde diz que o feminismo não pode ser visto como um crime, nunca fazendo referência à homossexualidade ou ateísmo.

A Arábia Saudita não tem nenhuma lei onde classifique as questões de orientação sexual ou identidade de género como um crime. No entanto, os juízes sauditas usam as leis islâmicas para julgar pessoas suspeitas de terem relações sexuais extra-conjugais, relações homossexuais, ou de terem cometido atos “imorais”.

Para Heba Marayef, diretora da Amnistia Internacional no Médio Oriente “este comunicado é extremamente perigoso e tem implicações bastante sérias para os Direitos Humanos e para a liberdade de expressão”.

O vídeo publicado na conta Twitter vem na sequência de uma reforma que a Arábia Saudita está a conceber, com foco nos direitos das mulheres.

O Governo saudita já fez várias alterações nas suas leis. Desde agosto, as mulheres passaram a poder pedir os seus passaportes e viajar sem precisarem da autorização dos maridos. Entretanto, passaram também a ter o direito a registar nascimentos, casamentos e divórcios, ou a conduzir automóveis.

No entanto existem ainda várias restrições para os direitos das mulheres. Existem relatos de algumas ativistas presas e torturadas, bem como de alguns homens que as apoiam.
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