As aventuras de Donald Trump em Bruxelas: três momentos que divertiram a internet

por RTP
Jonathan Ernst - Reuters

Depois dos fortes ataques à NATO durante a campanha eleitoral, Donald Trump chegou a Bruxelas para vencer e repartilhar a fatura da aliança atlântica. O tempo da diplomacia internacional não é o do imediato, e é muito cedo para se apurar que vitória consegue o Presidente norte-americano na NATO. Para já, fica claro que perdeu uma primeira luta: a das redes sociais.

A derrota mediática de quinta-feira traça-se em três grandes momentos. O primeiro combate ocorre durante o encontro com Emmanuel Macron e ganha especial relevância por Donald Trump ser precisamente um campeão da modalidade: o aperto de mão constrangedor.

A reputação do campeão do aperto de mão persegue-o depois dos episódios com o primeiro-ministro japonês ou a chanceler alemã. Esta quinta-feira, o seu “adversário” chegou preparado. A imprensa norte-americana assinala que Emmanuel Macron assumiu a liderança para um duradouro aperto de mãos, do qual Donald Trump tentou mesmo sair uma vez sem sucesso.

 


“Com as mandíbulas cerradas e os rostos alternando entre sorrisos e caretas, os dois homens apertaram as mãos até que os nós dos dedos de Trump ficaram pálidos. O Presidente tentou retirar a mão, mas Macron agarrou-a com ainda mais força e continuou a apertar. À segunda, Trump retirou a mão e Macron deixou-o o ir”, retrata o The New York Times.

O próprio relato feito por um dos repórteres da Casa Branca faz referência a um aperto de mãos com uma “intensidade considerável” com os “nós dos dedos a ficarem brancos” e as mandíbulas apertadas.


O aperto de mãos de Donald Trump é já mítico. De tal forma que se multiplicam verdadeiros tratados na imprensa norte-americana sobre o momento.

O The Washington Post fala de um "aperto de mãos feroz" com que Emmanuel Macron mostrou a Donald Trump que este "não era o único macho alfa na sala". A agência Reuters vê uma verdadeira "diplomacia do aperto de mão" no cumprimento que marcou o primeiro encontro entre o novo Presidente francês e o seu homólogo americano.

Emmanuel Macron não é, no entanto, o primeiro a vencer Donald Trump na modalidade. O primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau já tinha sido capaz de resistir, segurando o braço do seu anfitrião na Casa Branca. Outros não tiveram tanta sorte.



Terminado o almoço entre os dois Presidentes, Emmanuel Macron e Donald Trump tinham novo encontro marcado para a tarde. E os episódios continuaram. Quando o Presidente francês chegou à cimeira da NATO, já uma longa comitiva de líderes nacionais o aguardavam.

Emmanuel Macron foi precisamente recebido por este aglomerado, entre os quais se encontrava Donald Trump, Angela Merkel e António Costa. O chefe de Estado francês caminhou em direção aos seus homólogos, inicialmente alinhado à esquerda e frente a frente com Donald Trump.

Quando estava prestes a chegar junto da comitiva, Emmanuel Macron virou à direita e atribuiu o primeiro cumprimento a Angela Merkel.

O momento pode ter várias leituras. Afinal, Macron tinha estado já com Trump há poucas horas. Por outro lado, o Presidente francês pode ter optado por deliberadamente cumprimentar primeiro Angela Merkel, em sinal do papel que atribui ao eixo franco-alemão e ao seu conhecido apoio à União Europeia.


Segue-se um aperto de mão ao secretário-geral da NATO e ao primeiro-ministro belga. Só depois Emmanuel Macron volta a cumprimentar Donald Trump. Entre sorrisos e algumas palavras, repetem o aperto de mão, com Trump a conseguir inicialmente puxar o homólogo francês.

É o último episódio deste dia mediático entre Donald Trump e Emmanuel Macron. Mas o Presidente dos Estados Unidos protagonizou outro combate que não passou despercebido à imprensa.

Quando os líderes se preparavam para a tradicional fotografia de família, Donald Trump parece empurrar o primeiro-ministro do Montenegro para passar à sua frente.



“Com um sorriso, Trump emerge por trás e dá um toque a Markovic no braço. Markovic parece inicialmente surpreendido mas acaba por sorrir e abrir caminho a Trump”, detalha o jornal The New York Times.

Questionada sobre o momento, a Casa Branca desvalorizou, tendo sublinhado que o posicionamento dos líderes na fotografia tinha sido já previamente determinada. O momento não deixou de ser caricato e de ser notado nas redes sociais.
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