ASEAN e Pequim negoceiam código de conduta para promover paz no Mar do Sul da China

por Lusa
Reuters

Os Estados membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e Pequim anunciaram hoje que estão a negociar um código de conduta para promover paz e a estabilidade no Mar do Sul da China.

No primeiro dia de reuniões entre os primeiros-ministros e presidentes dos países da ASEAN, com representantes de países parceiros como Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Coreia do Sul, os líderes dos dez países daquela organização e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, procuraram resolver as diferenças e avançar na atualização dos acordos comerciais.

A ASEAN - formada pela Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Birmânia, Singapura, Tailândia e Filipinas -- discutiu com o primeiro-ministro chinês sobre a negociação de um Código de Conduta para promover "paz e estabilidade" Mar do Sul da China.

Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar das pretensões dos países vizinhos. Nos últimos anos, construiu sete recifes em ilhas artificiais, capazes de receber instalações militares. As novas ilhas ficam próximas de outras ocupadas pelo Vietname, Filipinas e Taiwan.

Malásia e o Brunei são outros dos territórios que disputam a jurisdição sobre ilhas e recifes, ricos em pesca e potenciais depósitos de combustíveis fósseis.

"Temos diferenças, mas trabalhamos para colocá-las no caminho certo", enfatizou o primeiro-ministro chinês.

Li Keqiang afirmou ainda que o texto do código, cujo primeiro esboço pode ser publicado no ano que vem, entrará em vigor em 2021 e também ajudará a melhorar as relações comerciais entre a ASEAN e o gigante asiático.

Na chegada à reunião, o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse que o seu país está "comprometido" com o Código de Conduta: "é uma necessidade tê-lo", disse Duterte.

A ASEAN e a China também abordaram a atualização do tratado da Área de Livre Comércio, inicialmente selado em Phnom Penh, capital do Camboja, em 2002, e que entrou em vigor em 2010.

Este pacto visa a criação de zonas de comércio livre entre os dez membros da ASEAN e a China, o principal parceiro do bloco.

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