A Assembleia Nacional venezuelana aprovou um documento em que pede desculpa aos eurodeputados que foram impedidos de entrar na Venezuela, em nome do povo venezuelano. O órgão, presidido por Juan Guaidó, vem realçar que qualquer iniciativa de diálogo deve ser apenas no sentido de pôr fim à governação de Nicolás Maduro e convocar eleições livres. Em concreto, a Assembleia Nacional comunica aos países europeus no Grupo de Contacto que qualquer iniciativa só terá sentido se for para que Maduro entregue o poder.
O documento, assinado também pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, vem deixar claro o que entende como diálogo possível com o regime de Nicolás Maduro.
A Assembleia Nacional usa esta deliberação para “comunicar aos países membros da União Europeia que a sua iniciativa do Grupo de Contacto só terá sentido se procurar como fim oferecer e acordar com o regime usurpador, as garantias e condições para que entregue o poder de acordo com a Constituição e inicie um processo de transição que restabeleça a plena vigência da Carta Magna”.
A Assembleia redigiu este acordo como reação à expulsão da delegação de deputados do Parlamento Europeu, quando iam entrar na Venezuela a convite deste órgão. É pedida desculpa aos eurodeputados em nome do povo venezuelano e, ao mesmo tempo, é feito um apelo à comunidade internacional, à responsável pela Política Externa da União Europeia e ao presidente do Parlamento Europeu para que denunciem este novo atropelo da liberdade, intensificando a condenação do regime a que apelida de "um dos mais cruéis do mundo".
Juan Guaidó nomeou José Rafael Cotte para o cargo de embaixador da Venezuela em Portugal. O presidente interino da Venezuela nomeou 15 embaixadores para países que o reconheceram como Chefe de Estado.
Para a Assembleia Nacional, esta é apenas parte de uma “estratégia de um regime foragido e usurpador” que quer parecer uma vítima para justificar a intensificação das táticas de repressão e medo para se manter no poder, quando “mais de 80 por cento dos venezuelanos o rejeita, assim como mais de 50 países não o reconhecem a partir de 10 de janeiro de 2019”.
Nicolás Maduro tem outro entendimento sobre qual o desejo da população. O Presidente da Venezuela instou o autoproclamado Presidente interino do país, Juan Guaidó, a convocar eleições presidenciais antecipadas, garantindo estar certo que o derrotaria.
Nicolás Maduro falava em Caracas, durante um ato de graduação de 1.469 médicos. Voltou a insistir que o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, tem um plano para "apoderar-se dos recursos e das riquezas minerais venezuelanas".
No entanto, advertiu que se a Venezuela fosse invadida pelos Estados Unidos, não apenas os venezuelanos "levantariam as armas" para a defender, como também os povos asiáticos, árabes, das Caraíbas e da América Latina.
"Se a Venezuela for agredida militarmente pelo império dos EUA, os povos do mundo se levantarão e lutarão, junto com a Venezuela, em todos os territórios", disse.
A luta centra-se na entrada de ajuda humanitária no país. No sábado, passa um mês desde a autoproclamação de Juan Guaidó como Presidente interino. Esta é a data limite imposta pelo presidente interino para a entrada de ajuda humanitária norte-americana na Venezuela, bloqueada na fronteira pelo presidente Nicolás Maduro.
Juan Guaidó ordenou às Forças Armadas que permitam a entrada da ajuda humanitária no país. O presidente interino deu a ordem durante a conferência de imprensa em que agradeceu aos Embaixadores de vários países os milhares de dólares em ajuda e as toneladas de medicamentos.
O regime de Maduro encerrou, por tempo indeterminado, as comunicações aéreas e marítimas com ilhas caribenhas de Aruba, Bonaire e Curaçau, depois de ter sido divulgada a existência de um Centro de Acolhimento de ajuda humanitária internacional, na ilha de Curaçau.
O Brasil anunciou, entretanto, que vai distribuir ajuda humanitária na fronteira venezuelana, no sábado, juntamente com os Estados Unidos.
A distribuição de comida e medicamentos deverá ser feita a partir da cidade fronteiriça de Boa Vista.
Na Colômbia, em Cucuta, na fronteira com a Venezuela, começaram os preparativos para um concerto com fins humanitários. Richard Branson, o milionário britânico, é o financiador deste evento, agendado para dia 22.
A organização do concerto é a favor da transição de poder e apoia Juan Guaidó. Está prevista a participação de 15 artistas.