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Ataque ao Gabinete de Ligação em Hong Kong é insulto ao povo chinês

por Lusa

Pequim, 22 jul 2019 (Lusa) - O representante do governo de Pequim em Hong Kong condenou hoje o ataque ao edifício do Gabinete de Ligação na região semiautónoma, no domingo, afirmando que os manifestantes insultaram "todo o povo chinês".

"Estas (ações) prejudicaram gravemente o espírito de Estado de Direito ao qual Hong Kong está profundamente ligado (...) e ofenderam seriamente todo o povo chinês, incluindo os sete milhões de compatriotas de Hong Kong", afirmou Wang Zhimin, chefe do Gabinete de Ligação de Pequim, aos jornalistas.

Num comentário difundido na primeira página, e intitulado "O Governo central não pode ser desafiado", o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, considerou as ações dos manifestantes "intoleráveis".

Os manifestantes grafitaram e lançaram ovos contra a fachada do edifício do gabinete, no domingo, quando quase meio milhão de pessoas desfilou nas ruas de Hong Kong contra as emendas na lei da extradição e a exigir um inquérito independente sobre a atuação da polícia.

O ataque danificou o emblema nacional da China, que está pendurado na frente do prédio, ao manchá-lo com tinta preta. O emblema foi substituído por um novo em poucas horas.

Mais tarde, num novo desenvolvimento no movimento, os manifestantes que tentavam voltar para casa foram atacados dentro de uma estação de metro, por assaltantes que pareciam ter como alvo manifestantes pró-democracia.

Pelo menos 45 pessoas ficaram feridas e 22 permanecem hospitalizadas, incluindo um homem em estado grave.

Outras 14 pessoas ficaram feridas quando a polícia usou gás lacrimogéneo para expulsar os manifestantes no centro de Hong Kong. A polícia disse que os manifestantes atiraram tijolos e bombas de gasolina e atacaram a sede da polícia.

A contestação nas ruas, que dura há sete semanas, foi iniciada contra um projeto de lei que permitiria extradição para o continente chinês.

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora o que os manifestantes afirmam ser uma "erosão das liberdades" na antiga colónia britânica que é atualmente uma região administrativa especial da China.

Um grupo de parlamentares pró-China pediu na segunda-feira a suspensão da violência, afirmando que se trata de um golpe para a reputação de Hong Kong e está a afugentar turistas e investidores.

E pediram que a polícia reforçasse a aplicação da lei contra os manifestantes, que rotulou como "rebeldes".

"O violento ataque ao Gabinete de Ligação ... é uma afronta direta à soberania do nosso país", disse Regina Ip, ex-chefe de segurança.

Vídeos dos ataques aos manifestantes mostram homens de camisa preta espancar manifestantes, com tubos de aço e bastões de madeira.

Testemunhas acusam a polícia de não intervir para parar o ataque.

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