Ataque final a Raqa projetado para os "próximos dias"

por Andreia Martins - RTP
O primeiro passo deverá ser o ataque a uma barragem e uma base aérea do Estado Islâmico em Taqba, no norte da Síria, a 40 quilómetros de Raqa Rodi Said - Reuters

O ministro francês da Defesa anunciou esta sexta-feira que a coligação internacional deverá lançar "nos próximos dias" a derradeira ofensiva ao bastião do grupo extremista Estado Islâmico na Síria.

Em declarações à estação CNews, o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, declarou que Raqa "sempre foi o principal objetivo" para as operações francesas e que a principal cidade do grupo terrorista deverá ser atacada nos próximos dias pela coligação internacional.

"Hoje, podemos dizer que Raqa já está cercada e que a batalha vai começar nos próximos dias. Vai ser uma batalha muito difícil, mas que tem importância máxima", afirmou o governante em entrevista à cadeia televisiva francesa.

O anúncio do ministro francês acontece dois dias após mais um ataque do Estado Islâmico a uma capital europeia. O atentado de Londres junto à ponte de Westminster, entretanto reivindicado pelo grupo terrorista, fez quatro vítimas mortais e dezenas de feridos.

"Botas no terreno"


Na passada quarta-feira, o Departamento de Defesa dos EUA já tinha revelado que a coligação internacional, liderada pelos norte-americanos, fez o primeiro lançamento aéreo de forças terrestres na Síria, em Taqba, desde o início da guerra civil naquele país.

A estas tropas de operações especiais coordenadas pelos Estados Unidos, que incluiram a mobilização de helicópteros Apache e artilharia da Marinha norte-americana, juntaram-se também vários elementos das mílicias curdas e árabes das Forças Democráticas Sírias, segundo revelou em conferência de imprensa o coronel Joseph Scroccaum, porta-voz do Pentágono.

Nesta operação conjunta, o primeiro passo deverá ser o ataque a uma barragem e uma base aérea do Estado Islâmico em Taqba, no norte da Síria, a cerca de 40 quilómetros de Raqa.
Frente iraquiana


Ao mesmo tempo que a comunidade internacional se concentra em Raqa para derrubar aquele que é o principal bastião do autoproclamado Estado Islâmico, prosseguem os combates para a reconquista de Mossul, no norte do Iraque.

No mês passado,milícias da coligação liderada pelos Estados Unidos, em coordenação com o exército iraquiano, retiraram o grupo extremista do Aeroporto Internacional daquela cidade, aproximando-se da zona oeste, junto à cidade velha, ainda ocupada pelo Estado Islâmico.

Ao fim de seis meses de operações conjuntas, grande parte de Mossul foi já recuperada aos terroristas, mas a situação humanitária continua a preocupar. Na quinta-feira, a ONU estimava que cerca de 400 mil pessoas ainda continuam presas nas zonas controladas pelo Estado Islâmico.

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