Atentado suicida vitima membros da Guarda Revolucionária iraniana

por Graça Andrade Ramos - RTP
Membros da Guarda Revolucionária do Irão em parada, em setembro de 2016 Reuters

Pelo menos 20 guardas da elite iraniana morreram e outros 10 ficaram feridos, num ataque suicida realizado na estrada por onde seguiam, junto à fronteira com o Paquistão. A área, entre as cidades de Zahedan e de Khash, é um covil de contrabandistas, de traficantes de droga e de grupos separatistas armados.

A primeira informação surgiu na agência estatal de notícias IRNA, que citava uma "fonte informada", para reportar um ataque à Guarda Revolucionária na província iraniana de Sistan-Baluquistão, esta quarta-feira.

Um comunicado da Guarda Revolucionária confirmou depois o atentado contra um dos seus autocarros, no qual seguiam vários dos seus membros e que tinha sido atingido por um veículo armadilhado.

A agência iraniana de informação Fars revelou entretanto que o ataque foi reivindicado pelo Jaish al Adl, um grupo de militantes separatistas que opera no sudoeste do Irão.
Região de confrontos
A província de Sistan-Baluquistão é atravessada por uma das principais rotas de tráfico de ópio e é regularmente palco de confrontos entre forças iranianas e separatistas do Baluquistão, assim como com traficantes de drogas.

Em 2009, um ataque suicida na mesma região fez mais de 40 mortos, incluindo seis comandantes da Guarda. Mais recentemente, em setembro de 2018, um ataque contra uma parada militar na zona matou 20 pessoas e feriu cerca de 60.

A Guarda é uma potência militar e económica no Irão e responde apenas ao Ayatola Ali Khamenei. E, se Teerão tem estado envolvida nas guerras na Síria e no vizinho Iraque, tem evitado o conflito sangrento que afeta a sua província do sudoeste, rica em petróleo.
Conferência na Polónia
O atentado desta quarta-feira coincide com o primeiro dia de uma conferência em Varsóvia, liderada pelos Estados Unidos, que inclui discussões sobre o que Washington chama a influência maligna do Irão em todo o Médio Oriente.

A conferência é entendida como uma tentativa de isolar o Irão na cena internacional e deverá ser evitada ao mais alto nível pelos países europeus e pelos países árabes. O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, vai marcar presença apenas para falar sobre o conflito no Iémen.

Já o primeiro-ministro israelita irá à conferência, onde deverá reunir-se com o vice presidente norte-americano, Mike Pence, o qual é acompanhado pelo secretário de Estado, Mike Pompeo. Também Jared Kushner, genro do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, estará presente.
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