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Autor do atentado em Nova Iorque era do Bangladesh

por Graça Andrade Ramos - RTP
Lucas Jackson - Reuters

A polícia nova-iorquina identificou-o como sendo Akayed Ullah, um residente dos EUA oriundo de Chittagong, uma cidade do Bangladesh. Esta tarde, um engenho artesanal que ele trazia preso ao corpo explodiu em pleno Terminal de Autocarros da Autoridade Portuária, cerca das 07h00 da manhã locais no início da hora de ponta. Ullah e outras três pessoas ficaram feridas.

O incidente foi captado em vídeo por câmaras de segurança, disse a polícia. As imagens mostram fumo e um homem deitado no túnel que liga secções da estação de metro de Times Square e a central de autocarros.

Uma fotografia mostra um homem deitado de cara para baixo, com roupas rasgadas e queimaduras no torso.

"Houve um estampido escadas acima para a saída", afirmou um passageiro. "Estava toda a gente assustada e a correr e a gritar", acrescentou.

Alicja Wlodkowski, que veio da Pensilvânia para passar o dia em Nova Iorque, estava num restaurante do Terminal. "De repente, vi um grupo de pessoas, aí umas seis pessoas, a correr como loucas. Uma mulher caiu. Ninguém sequer tentou parar e ajudar porque o pânico era assustador", disse.O suspeito terá 27 anos e habita nos Estados Unidos da América há sete, numa morada em Brookling, Nova Iorque. Depois do incidente a área em torno da sua residência foi isolada e via-se muita polícia em torno da casa.

Em conferência de imprensa perto do local da explosão, a um quarteirão de Times Square, o governador do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, descreveu o engenho como "de nível amador" e "improvisado".

A falta de sofisticação leva os investigadores a acreditar que Ullah poderá ter agido sozinho.

De acordo com a polícia, o engenho baseava-se num tubo armadilhado e fixado ao corpo de Ullah com tiras de velcro e fechos zip.

Cuomo disse à CNN que o explosivo dentro do tubo deflagrou mas o tubo não explodiu. "Ou seja ele acabou por se ferir a ele mesmo e a alguns outros ao pé dele", disse.

Ullah terá obtido na internet a informação de como construir uma bomba e, de acordo com a Fox News, fez o engenho no seu local de trabalho, numa empresa eletrica. Não foram identificados até agora nenhuns cúmplices.
Tentativa de ataque
O suspeito, que foi detido, chegou a conduzir limusines entre 2012 e 2015 mas a carta expirou. Não tinha registo criminal e visitou recentemente o Bangladesh a 8 de setembro, revelou o comissário do departamento da polícia de Nova Iorque.O Terminal onde se deu o ataque é o mais frequentado do país e serve, num dia normal de semana, cerca de 220 mil passageiros que chegam ou partem em mais de 7.000 autocarros. Quanto à estação de Metro de Times Square, onde passam 10 linhas, está  ligada por um túnel à central de autocarros e é usada num dia de semana por mais de 200 mil pessoas.

O presidente da Câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, admite que se tratou de uma tentativa de ataque terrorista.

Ao lado de Cuomo, na mesma conferência de imprensa, De Blasio disse que "como nova-iorquinos, as nossas vidas giram em torno do Metro. Quando ouvimos falar de um ataque no Metro é incrivelmente perturbador".

Andrew Cuomo afirmou que o autor da explosão, poderia ter simpatias com o grupo radical autodesignado por Estado Islâmico.

Akayed Ullah “estava descontente ou irritado com as nossas posições políticas ou simpatizava com o Estado Islâmico”, disse Cuomo, em declarações à estação televisiva MSNBC.

O Terminal foi temporariamente encerrado e uma grande parte da baixa de Manhattan foi encerrada ao trafego. Registaram-se alguns problemas com as ligações de Metro que rapidamente foram resolvidos.

A explosão ocorreu menos de dois meses depois de um migrante do Uzbequistão ter acelerado com um camião alugado ao longo de uma pista de bicicletas nova iorquina, matando oito pessoas. O grupo islamita Estado Islâmico reivindicou esse ataque.
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