Autoridades de Macau responsabilizam concessionária de canídromo por destino dos galgos

por Lusa

Macau, China, 20 jul (Lusa) - As autoridades de Macau repudiaram uma carta da Companhia de Corridas de Galgos que tencionava passar a responsabilidade pelo futuro dos cães do canídromo, que encerrou hoje, para o Governo do território.

"O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM)repudia a atitude irresponsável da Yat Yuen (Companhia de Corridas de Galgos) relativamente à colocação dos galgos e reitera que a colocação dos galgos existentes é da responsabilidade e dever da Yat Yuen, enquanto proprietária dos mesmos e empresa de grande dimensão", declarou o IACM em comunicado divulgado na quinta-feira à noite.

O canídromo foi hoje encerrado e o terreno e todos os edifícios e equipamentos reverteram para o Governo de Macau.

De acordo com a mesma nota, a Companhia de Corridas de Galgos entregou na quinta-feira uma carta às autoridades de Macau em que refere que os cerca de 600 galgos do canídromo são bens que deviam reverter a favor das autoridades do território.

Até aqui, a empresa, que pertence à Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, fundada pelo magnata do jogo Stanley Ho, "não se dedicou a encontrar solução adequada para colocar esses galgos existentes, e agora quer passar as responsabilidades para o Governo e para a sociedade", acusou o IACM.

Se houver galgos no canídromo após o dia de hoje "a Yat Yuen deve ser punida nos termos da lei de proteção dos animais e o IACM irá garantir que os galgos irão receber os devidos cuidados", apontou o Instituto.

A 12 de julho, o IACM exigiu à Companhia de Corridas de Galgos a entrega imediata de um plano concreto para a localização do realojamento dos galgos, depois de a Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) ter recusado prolongar o contrato de exploração do canídromo, a operar há mais de 50 anos.

A Yat Yuen tinha pedido ao Governo de Macau, em 2017, o prolongamento e alteração do mesmo contrato, solicitando autorização para transmitir corridas de galgos realizadas noutras regiões para a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), em vez das corridas de galgos realizadas no território.

Em 2016, o Governo de Macau deu dois anos ao canídromo da cidade para mudar de localização e melhorar as condições dos cães usados nas corridas ou para encerrar a pista, cujas receitas se encontram em queda há vários anos.

No ano passado, a Sociedade Protetora dos Animais de Macau (Anima) lançou uma petição internacional para conseguir que cerca de 650 galgos do canídromo fossem adotados.

Desde então, 50 instituições internacionais manifestaram-se, garantindo apoiar no plano de resgate ou comprometendo-se a encontrar casas adequadas para os cães.

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