Autoridades de saúde dos EUA alertam. Variante Delta tão contagiosa como a varicela e a vacinação não impede transmissão

por Carla Quirino - RTP
Brendan McDermid - Reuters

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos fez circular um documento interno onde alerta para a facilidade de transmissão e perigosidade da variante Delta. Na comunicação, a difusão desta variante é comparada à capacidade de contágio da varicela. Diz também que as pessoas vacinadas podem transportar o vírus e são uma fonte de contágio, como tal, é aconselhado o uso de máscara a tempo inteiro.

O aumento de novos casos diários nos Estados Unidos está a fazer soar os alarmes. Há um mês, contabilizavam cerca de onze mil novas infeções. Os últimos dados da Universidade Johns Hopkins, no fim de julho, registam um aumento para mais de 61 mil, por dia.
 
Uma apresentação interna dedicada à variante Delta, desenvolvida pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CCPD), indica que os indivíduos vacinados podem ser fonte de transmissão da doença na mesma proporção que as pessoas não vacinadas.

"Acho que as pessoas precisam entender que não estamos a ser piegas. Isto é sério. É um dos vírus mais transmissíveis que conhecemos. Sarampo, varicela, são todos parecidos”, disse Rochelle Walensky, diretora do CCPD, à CNN.

O documenta explica que a varicela, por cada uma pessoa infetada, surgem oito novos casos e compara o comportamento deste vírus com a variante Delta da Covid-19.

"Em contraste com as outras variantes, as pessoas vacinadas, mesmo que não tenham ficado doentes, foram infetadas e espalharam o vírus em níveis semelhantes aos das pessoas não vacinadas que foram infectadas", sublinha Walter Orenstein, médico que dirige o Emory Vaccine Center.

O uso de máscara por todos é essencial para tentar reduzir o risco de contágio, recomenda Walensky, independentemente das etapas da vacinação.

Individualmente, as pessoas vacinadas estarão mais seguras perante uma infeção de SARS-coV-2 , mas a "disseminação pela comunidade, apesar da vacinação" mantem-se, explica o documento.

A apresentação recorreu a três relatórios que indicam que a variante Delta, originalmente conhecida como B.1.617.2, pode causar doenças mais graves, apesar das vacinas reduzirem o risco de patologias e infeções mais penosas em três vezes ou morte em 10 vezes.

O documento relembra que a comunicação das mensagens de saúde pública tem que ser focadas para "melhorar a compreensão do público sobre infeções emergentes" e destacar a vacinação como a melhor defesa contra a variante Delta.

O CCPD deixa o alerta de que "deve-se reconhecer que a guerra mudou" e recomenda a vacinação e o uso de máscara por todos, como requisitos universais para a combater.
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