Avança projeto-lei que proíbe filmagem de soldados israelitas

por RTP
A lei aplica uma pena máxima de três anos a quem interferir no dever de um soldado israelita e uma pena maior até 10 anos será aplicada àqueles que publicarem imagens com a intenção de "prejudicar a segurança do Estado" Finbarr O'Reilly - Reuters

Na passada quarta-feira, dia 20, a legislação que torna crime a captação de imagens das Forças de Defesa de Israel (IDF) deu um passo em frente no parlamento de Israel.

O projeto-lei que passou com 45 votos a favor e 42 contra na primeira audição no parlamento consiste na proibição de filmar soldados do IDF quando o objetivo é prejudicar e desmoralizar o seu trabalho.

A lei é controversa e divide opiniões. Surge depois de vários incidentes terem sido registados nos últimos anos em que soldados foram filmados a usar força excessiva ou a abusar do poder.

Robert Ilatov, político e membro do parlamento israelita, foi quem propôs o projeto de lei, argumentando que é necessário para evitar que soldados israelitas sejam vítimas de "elementos hostis" que tentam interferir com os seus deveres.

O jornal The Times of Israel cita o projeto de lei que afirma que "em muitos casos, as organizações [contra Israel e a favor da Palestina] passam dias inteiros perto das tropas IDF e esperam impacientemente por atividades que são documentadas de forma enganosa, tendenciosa e que envergonham os soldados da IDF".

Ilatov afirma que a lei não tem o propósito de ser um entrave à liberdade de expressão, mas acrescenta que "liberdade de expressão não é anarquia".

Eyal Ben-Reuven, ex-oficial do IDF, coloca-se contra a lei: "Durante 35 anos usei orgulhosamente o uniforme IDF. Nunca senti necessidade de me esconder das câmaras, exceto por questões de segurança".

Tamar Zandberg, líder do partido político de esquerda Meretz, defende que as fotos vão continuar a ser tiradas e "a realidade é o que se deve corrigir e não tentar silenciar".

Apesar das várias diferenças de opiniões, a lei foi aprovada na quarta-feira mas ainda vai passar por algumas correções, segundo o The Times of Israel.

O projeto-lei aplica uma pena máxima de três anos a quem interferir no dever de um soldado israelita e uma pena maior até 10 anos será aplicada àqueles que publicarem imagens com a intenção de "prejudicar a segurança do Estado".
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