Bielorrússia. Conselho de Direitos Humanos da ONU debate crise política

por Lusa

O Conselho para os Direitos Humanos das Nações Unidas vai discutir, de urgência, na sexta-feira, a situação na Bielorrússia, onde a crise política mobiliza a oposição fortemente reprimida pelo regime. 

A decisão de organizar o debate partiu de uma proposta da Venezuela, sendo que 25 países se pronunciaram a favor da reunião.

Dois países votaram contra e 20 abstiveram-se.

Entretanto, a Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU, Michele Bachelet, pediu um inquérito sobre as acusações de tortura pelas forças de segurança da Bielorrússia. 

"Dada a escala, o número de denúncias sobre as alegações de tortura e outras formas de maus tratos pelas forças de segurança devem ser investigados e documentados assim como devem ser objeto de um inquérito", disse Michele Bachelet.

As declarações da antiga presidente do Chile foram proferidas hoje durante a abertura da 45.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. 

Um total de 774 pessoas foram detidas durante os protestos contra o Governo que decorreram domingo nas principais cidades da Bielorrússia para exigir a renúncia do presidente Lukashenko, disse hoje o Ministério do Interior do Executivo de Minsk.

"Ontem (domingo) foram detidas 774 pessoas por violação das leis sobre `atividades de massas`, mais de 500 foram detidas em Minsk", informou a porta-voz do ministério, Maria Chemodanova.

A mesma responsável disse que foram processadas judicialmente 544 pessoas por violações administrativas e que devem ser presentes a tribunal. 

Ao todo, segundo Maria Chemodanova realizaram-se 28 manifestações, a nível nacional.

"O número total de participantes não ultrapassou 22 mil" afirmou, apesar de fontes independentes assinalarem que mais de 150 mil manifestantes saíram às ruas no domingo. 

Em Minsk, pelo menos na zona do estádio Minsk-Arena a polícia efetuou vários disparos para o ar o que provocou o pânico entre os manifestantes. 

Vários grupos de manifestantes tentaram construir barricadas nas ruas da capital, mas foram dispersados pelo uso de canhões de água da polícia, sobretudo nas cidades de Minsk, Grodno e Brest.

 

 

 

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