Bielorrússia instaura processo sobre genocídio na II Guerra e no pós-guerra

por Lusa
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A Procuradoria-Geral da Bielorrússia instaurou um processo penal por "genocídio" da população bielorrussa durante a Segunda Guerra Mundial e no pós-guerra, anunciou hoje o procurador Andrei Shved à agência oficial BELTA.

"Para se fazer justiça social e histórica, eliminar lacunas e fortalecer o sistema constitucional e de segurança nacional, dei início a um caso penal por genocídio da população da Bielorrússia", disse o procurador-geral.

A Bielorrússia foi o território mais castigado pela guerra, tendo em conta a dimensão da região, e perdeu 25% da população durante a invasão e ocupação nazi.

De acordo com a agência BELTA, mais de dois milhões de pessoas morreram na Bielorrússia durante a ocupação da Alemanha nazi e foram levadas a cabo 140 operações punitivas de grande envergadura que destruíram e queimaram mais de nove mil aldeias e cidades.

De acordo com o procurador-geral, a informação sobre o processo vai permitir à Bielorrússia, antiga república soviética, abordar a questão do reconhecimento do país como vítima de genocídio.

Shved disse ainda que vai ser abordada a possibilidade de pedidos de extradição de criminosos de guerra para que possam ser ouvidos em "julgamentos abertos" na Bielorrússia.

"Vamos reunir material no sentido de solicitarmos ações processuais contra estas pessoas nos Estados onde vivam e vamos abordar a extradição para que sejam julgados em território da Bielorrússia", frisou.

Outra possibilidade seria entregar o caso a instâncias internacionais: aos tribunais que já investigaram casos penais contra criminosos nazis, afirmou o procurador-geral.

Nesse sentido, Minsk vai pedir à Rússia e à Alemanha assistência jurídica e acesso a instituições e departamentos que possam ter informação sobre as vítimas e aceder aos arquivos e documentos. 

No caso da Alemanha, Minsk quer ter acesso ao material do Julgamento de Nuremberga que decorreu há 75 anos contra os principais criminosos de guerra nazis, para conseguir provas relacionadas com a Bielorrússia.

Os mesmos pedidos vão também ser solicitados à Lituânia e Polónia, entre outros países.

 

 

 

 

 

 

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