O Ministério Público bielorrusso pediu hoje 15 anos de prisão para uma figura da oposição, Viktor Babaryko, cuja detenção no ano passado potenciou o movimento de manifestações pós-eleitoral reprimido pelas autoridades.
O pedido da acusação foi entregue na quinta-feira, após quatro meses e meio de julgamento, segundo um jornalista independente presente, entrevistado pela agência France-Presse.
Babaryko, de 57 anos, planeava concorrer às eleições presidenciais de agosto de 2020 contra Alexandr Lukashenko, mas o ex-banqueiro, considerado o concorrente mais sério ao chefe de Estado, foi preso algumas semanas antes do escrutínio.
O opositor é acusado pelo KGB, os serviços de segurança da Bielorrússia, de ter "recebido subornos de um grupo organizado" durante o período em que era responsável pelo Belgazprombank, uma filial bielorrussa de um banco pertencente à gigante do gás russa Gazprom.
A procuradoria pediu hoje 15 anos de prisão por essa acusação, segundo a imprensa local.
Outros sete arguidos no caso, que se confessaram culpados e testemunharam contra Babaryko, enfrentam penas mais leves, de três a seis anos e meio de prisão.
A detenção de Babaryko, em junho de 2020, levou a uma aliança entre vários opositores ao regime, que fizeram campanha por Svetlana Tikhanovskaia, mulher de um `blogger` preso e que está no exílio.
O anúncio da reeleição de Lukashenko desencadeou imediatamente um movimento de protesto que durante meses levou dezenas de milhares de pessoas para as ruas, antes de ser progressivamente reprimido.
A União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá anunciaram na segunda-feira sanções contra dezenas de pessoas e empresas ligadas ao regime bielorrusso.
