O presidente do Brasil indicou que gostava de nomear o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, para juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), caso existissem três vagas para o cargo.
O presidente elogiou ainda o trabalho desempenhado pelo procurador-geral da República, que foi nomeado para o cargo no final do ano passado, apesar de não constar de uma lista de sugestões apresentada por outros procuradores.
"Gostei muito dele, a primeira impressão foi a melhor possível e está a ter uma atuação excecional. Em especial nos temas económicos. Ele procura cada vez mais defender o livre mercado e defender o Governo federal nessas questões", declarou o chefe de Estado brasileiro.
Preferência por um critão evangélico
O presidente afirmou que a indicação de um evangélico é "um compromisso" que tem "com a bancada evangélica" (frente parlamentar do Congresso do Brasil composta por políticos evangélicos) e argumentou que "uma pitada de religiosidade, de cristianismo, é muito bem-vinda".
Para o chefe de Estado, um magistrado evangélico no STF podia representar a parcela da população brasileira que é cristã, especialmente em questões como a "ideologia de género".
Jair Bolsonaro poderá indicar pelos menos dois magistrados para o STF durante o mandato, quando os juízes Celso de Mello e Marco Aurélio deixarem o cargo, por completarem 75 anos.
Tensão à vista
As declarações de Bolsonaro em relação a Augusto Aras ocorrem num momento de grande tensão entre o Presidente e o STF.
Na quinta-feira, o chefe de Estado criticou uma operação policial contra alguns apoiantes, suspeitos de disseminação de notícias falsas nas redes sociais, ordenada pelo juiz do STF Alexandre de Moraes.