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Bolsonaro vai à Argentina tratar de questões económicas

por Lusa
Bolsonaro muda de opinião sobre a Argentina e vai a Buenos Aires D.R.-Facebook

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, irá à Argentina em 26 de março, no âmbito da celebração dos 30 anos do Mercosul, e afirmou na quinta-feira que terá uma "conversa reservada" com o seu homólogo argentino, Alberto Fernández.

"Vou estar agora, está previsto dia 26 de março, em Buenos Aires, na nossa querida Argentina. Estaremos lá celebrando 30 anos da criação do Mercosul", disse Bolsonaro, na sua transmissão em vídeo semanal na rede social Facebook, referindo-se ao bloco sul-americano composto pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

"Será a primeira vez que vamos conversar com o presidente da Argentina, logicamente (caso) ele queira e eu quero. (Teremos) uma conversa reservada num canto e publicamente vamos tratar das questões económicas dos nossos países", acrescentou o chefe de Estado, que já criticou abertamente Fernández e o seu governo de esquerda.

Durante as eleições argentinas, em 2019, Bolsonaro declarou o seu apoio à reeleição do então presidente, Maurício Macri, adversário de Fernández.

Posteriormente, o presidente do Brasil, líder de uma extrema-direita emergente, criticou o atual executivo de Fernández e, em outubro, chegou a dizer que os argentinos "merecem" o governo que elegeram.

Agora, num tom mais conciliador do que o habitual, Bolsonaro expressou o apoio do Brasil às negociações da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"A covid-19 causou dificuldades económicas em todo o mundo, e nós torcemos para que a Argentina tenha sucesso nas suas negociações com o FMI. A situação financeira da Argentina está bastante complicada. O êxito económico de países aqui na América do Sul, entre eles a Argentina, é interessante para todos nós da América do Sul, o Brasil obviamente é um dos grandes interessados", sublinhou o presidente.

Jair Bolsonaro explicou ainda que um dos temas que pretende abordar com o seu homólogo é a construção de um gasoduto para transportar para o Brasil gás do campo argentino de Vaca Muerta, uma das maiores reservas do mundo.

Brasileiros em Israel para tratar questões covid-19

Na sua transmissão de quinta-feira no Facebook, Bolsonaro confirmou também que enviará, no sábado, uma delegação de dez pessoas a Israel, chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para negociar uma possível parceria para testar um spray nasal contra a covid-19, que está a ser desenvolvido em Tel Aviv.

Em Israel, o ministro das Relações Exteriores visitará o Centro Médico Ichilov para conhecer o spray EXO-CD24 e, posteriormente, terá um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, detalhou o chefe de Estado.

Bolsonaro, que, desde o início da pandemia, promove o uso de medicamentos sem comprovação científica contra o novo coronavírus, como a cloroquina, tem apostado neste inalador nasal para combater a doença.

O presidente aproveitou a sua transmissão para milhares de pessoas para voltar a criticar as medidas de isolamento social decretadas por governadores e prefeitos, naquele que é o pior momento da pandemia no país sul-americano.

"Eu lamento qualquer morte, mas parece que só morre gente de covid-19 no Brasil. Outras pessoas estão morrendo por outras doenças porque ficam em casa com medo, com pavor. O vírus do pavor foi inoculado nessas pessoas", afirmou Bolsonaro.
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