As últimas semanas continuam a ser muito difíceis para Boris Johnson. Assolado com escândalos de festas realizadas em Downing Street durante o período de confinamento, o primeiro-ministro britânico é agora acusado de dar autorização ao resgate de um canil no Afeganistão, quando muitos afegãos com cidadania britânica esperavam no aeroporto para sair do país.
Boris Johnson acusado de autorizar resgate de canil aquando da tomada de Cabul
O Reino Unido salvou mais 15 mil pessoas, entre tradutores e famílias, mas muitas pessoas ficaram para trás, inclusivamente afegãos com dupla nacionalidade. Apesar de negar tal acontecimento, Boris Johnson está a ser acusado de ter feito parte de toda a operação, depois de muita publicidade por parte de Farthing para retirar os animais do Afeganistão.
O assunto foi trazido a público por Raphael Marshall, um funcionário do Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros, que entregou no fim do ano de 2021 um documento ao Parlamento com testemunhos sobre a operação de resgate em Cabul.
De acordo com Marshall, o primeiro-ministro do Reino Unido pediu para que houvesse capacidade de transporte para os animais da associação de Farthing. Apesar das acusações, Boris Johnson sempre recusou ter dado prioridade a animais em vez de cidadãos no aeroporto da capital afegã.
Cadeias televisivas britânicas como a Sky News e BBC também revelaram testemunhos de uma outra empregada de Johnson que tentou arranjar uma companhia aérea disposta a trazer os animais.
Boris Johnson tem passado semanas conturbadas, especialmente pelos escândalos do “Partygate”, em que ficaram a ser conhecidas várias festas em Downing Street, numa altura em que o seu executivo pediu reclusão aos britânicos devido ao avanço da covid-19.
Johnson mantém a sua posição e afirma que os militares britânicos nunca colocariam a vida de animais em primeiro lugar, à frente dos cidadãos que desesperavam em Cabul aquando da tomada dos talibã.