Boris Johnson nega ter mentido à Rainha sobre suspensão do Parlamento

por RTP
Reuters

O primeiro-ministro britânico negou ter enganado a Rainha Isabel II sobre as verdadeiras razões para ter pedido a suspensão do Parlamento. O tribunal de Edimburgo tinha declarado esta quarta-feira que a suspensão era ilegal por ter como objetivo evitar a discussão sobre o Brexit. No entanto, Boris Johnson afirmou que o motivo desta prorrogação não estaria, de todo, relacionado com a saída do Reino Unido da União Europeia.

“Absolutamente não. O High Court [equivalente ao tribunal da relação português] concorda claramente connosco, mas o Supremo Tribunal vai ter de decidir”, começou por afirmar Boris Johnson, durante uma visita ao NLV Pharos, um concurso de farol, quando questionado pelos jornalistas se tinha mentido à Raínha.

O primeiro-ministro britânico insistiu que o pedido para a suspensão do Parlamento, em vigor desde 9 de setembro e até ao dia 14 de outubro, não esteve diretamente relacionado com o Brexit, mas sim com política interna do Reino Unido. Boris Johnson afirmou que a decisão era um pretexto para que haja um “Discurso da Rainha” a marcar o início de uma nova sessão parlamentar.

O Parlamento vai ter tempo, antes e depois da cimeira crucial a 17 e 18 de outubro, para falar sobre o acordo do Brexit. Estou muito esperançoso de que conseguiremos um acordo, como eu disse, nessa cimeira crucial”, assegurou Johnson.

A declaração do primeiro-ministro britânico surge um dia depois de um tribunal de alta instância, na Escócia, ter declarado ilegal a suspensão do parlamento britânico. Foi a primeira decisão de um tribunal contra Boris Johnson.

Os juízes escoceses consideraram que o pedido de Johnson foi apenas um forma de “bloquear” o Parlamento e impedir que os deputados discutissem legislação para impedir uma saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo.

A decisão suscitou pedidos para que os trabalhos do Parlamento fossem retomados. Dominic Grieve, antigo procurador-geral britânico defendeu que Boris Johnson deveria demitir-se caso tivesse mentido à Raínha sobre as razões para suspender o Parlamento.

No entanto, o Governo do Reino Unido garantiu afincadamente que apenas pediu a prorrogação do Parlamento, por cinco semanas, para haver um discurso da Rainha em outubro.
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