O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros felicitou a Moldova por conseguir, apesar das "ameaças híbridas" da Rússia, realizar o referendo sobre a inclusão na Constituição da adesão à UE como objetivo nacional.
"As autoridades da Moldova conseguiram levar a cabo com sucesso eleições e um referendo constitucional, apesar das ameaças híbridas da Rússia e dos seus agentes", escreveu Josep Borrell na rede social X.
O chefe da diplomacia europeia acrescentou que a UE "está empenhada" no apoio à "resiliência, segurança e democracia Moldova" no caminho rumo à adesão ao bloco comunitário.
O "sim" à inclusão da adesão à UE como um objetivo nacional na Constituição da Moldova obteve 50,45%, segundo os últimos dados apresentados hoje pela Comissão Eleitoral Central (CEC).
A CEC indicou tratar-se de resultados que correspondem a 99,59% dos votos, faltando ainda concluir a contagem dos votos do estrangeiro.
A Moldova candidatou-se à adesão à UE em março de 2022, tendo-lhe sido concedido o estatuto de país candidato em junho do mesmo ano.
Em dezembro de 2023, a UE decidiu iniciar as negociações de adesão.
No domingo, o referendo sobre o princípio de adesão à UE decorreu em simultâneo com a primeira volta das eleições presidenciais na Moldova.
Na primeira volta, a atual Presidente moldava, Maia Sandu (pró-europeia), ficou em primeiro lugar, com cerca de 42% dos votos, e irá agora disputar uma segunda volta, prevista para 03 de novembro, com o candidato pró-russo Alexander Stoianoglo, que obteve cerca de 26% dos votos.
Após o início do escrutínio, no domingo, Maia Sandu denunciou a existência de uma fraude e uma interferência russa.
Em declarações hoje, Maia Sandu afirmou que o povo da antiga república soviética "expressou a sua vontade" e optou pela via europeia.
Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.
A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia (em fevereiro de 2022) devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.
Kiev chegou mesmo a denunciar alegadas incursões russas na Ucrânia ocidental a partir da região separatista.
A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992.