Brasil suspende uso da vacina AstraZeneca em grávidas

por Lusa
A aplicação da vacina AstraZeneca em grávidas está suspensa no Brasil Ricardo Moraes - Reuters

O governo brasileiro suspendeu a aplicação da vacina AstraZeneca em grávidas e mulheres no período pós-parto, na sequência da morte de uma grávida, e restringiu a vacinação em grávidas com doenças preexistentes.

O anúncio foi feito na terça-feira pelo Ministério da Saúde brasileiro, que acrescentou que as grávidas com doenças preexistentes devem receber apenas as vacinas CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, e a da farmacêuticas Pfizer-BioNTech.

A suspensão da vacina da AstraZeneca foi recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brasileira, após a notificação da morte suspeita de uma grávida, de 35 anos.

"Foi notificada à Anvisa, na última sexta (7 de maio de 2021), pelo próprio fabricante da vacina (...), a suspeita de evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico com plaquetopenia ocorrido em gestante e óbito fetal", indicou a Anvisa, na terça-feira, em comunicado.

A mulher morreu em 10 de maio e o caso, que poderá estar relacionado com a administração da vacina, ainda está sob investigação.

A Anvisa disse que, até ao momento, não detetou outros eventos adversos graves com grávidas.

O governo brasileiro sublinhou não estar ainda provado que a vacinação tenha causado a complicação na mulher.

"É uma cautela que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem até ao encerramento do caso e (para) verificar o cenário epidemiológico em relação à vacina", disse a coordenadora do PNI, Francieli Fontana, em conferência de imprensa.

"Destaco a importância que essa vacina tem para o PNI. Precisamos separar essa questão, porque é uma vacina que estamos aplicando na população com benefícios", acrescentou.

Até ao momento, pelo menos 22.295 grávidas já foram vacinadas no país, segundo os dados do Ministério da Saúde. Dessas, 15.014 receberam a vacina da AstraZeneca, 3.414 a Coronavac e 3.867 a vacina da Pfizer-BioNTech.

O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, totaliza 425.540 e mais de 15,2 milhões de casos.
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