Brasil ultrapassa 155 mil mortes e aproxima-se dos 5,3 milhões de casos

por Mário Aleixo - RTP
Enquanto os políticos discutem o povo sofre com a dureza da crise sanitária EPA

O Brasil ultrapassou na quarta-feira os 155 mil mortos (155.403) devido à Covid-19 e totaliza agora 5.298.772 casos de infeção pelo novo coronavírus, informaram as autoridades de Saúde brasileiras.

Desse total, 566 óbitos e 24.818 novos casos foram contabilizados nas últimas 24 horas, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.

Por outro lado, um consórcio formado pela imprensa brasileira, que colabora na recolha de informações junto das secretarias de Saúde estaduais, anunciou que o país somou 571 vítimas mortais e 25.832 infetados entre terça e quarta-feira, num total de 5.300.649 casos e 155.459 vítimas mortais.

O Governo brasileiro informou ainda que 4.756.489 cidadãos infetados já recuperaram da covid-19 no país sul-americano, enquanto que o número de pacientes sob acompanhamento médico ascende a 386.880.

Os Estados de São Paulo (38.371), Rio de Janeiro (19.945), Ceará (9.227) e Minas Gerais (8.554) têm o maior número de óbitos devido à pandemia no Brasil, país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo.

Considerando o número de casos, São Paulo (1.073.261), Bahia (339.215), Minas Gerais (340.502) e Rio de Janeiro (293.940) são, respetivamente, os que somam mais infeções até ao momento.Polémica sobre a vacina
Naquele que foi um dia marcado pela alegada desistência do Governo brasileiro em adquirir 46 milhões da vacina Coronavac, desenvolvida entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde do Brasil declarou que "nenhuma convicção pessoal pode sobrepor-se à ciência".

"Seja qual for a vacina, independentemente da sua origem ou nacionalidade, o interesse público sobre o assunto diz respeito à sua eficácia e segurança para todos os utentes do Sistema único de Saúde (SUS). Assim, as vacinas que respeitarem todas as fases de estudo e que forem aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devem ser incorporadas pelo Ministério da Saúde e distribuídas gratuitamente à população", indicou o órgão em comunicado.

Menos de 24 horas após o Ministério da Saúde anunciar a intenção de adquirir 46 milhões de doses da Coronavac, o presidente do Brasil contrariou o seu ministro, Eduardo Pazuello, e anunciou que não comprará o imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, órgão ligado ao estado de São Paulo, governado por Jorão Doria, com quem Bolsonaro se tem desentendido publicamente.

"A vacina chinesa de João Doria. (...) O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que nem sequer ultrapassou a sua fase de testagem. Diante do exposto, a minha decisão é a de não adquirir a referida vacina", escreveu o Presidente brasileiro, na sua conta na rede social Facebook.

"Houve uma distorção por parte do João Doria. Ele tem um protocolo de intenções, já mandei cancelar, se ele (ministro da Saúde) assinou. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria a comprar uma vacina que ninguém está interessado, a não ser nós", disse Bolsonaro mais tarde aos jornalistas, tendo sido acusado por governadores de politizar o imunizante.

Já João Doria pediu "grandeza" a Bolsonaro, classificando como "inaceitável" o tratamento "desse tema com ideologia".

"A hora é de paz, de união para salvar vidas. E não de eleição. (...) A Coronavac está a ser desenvolvida em parceria com o Butantan, que há mais de 100 anos presta serviços ao Brasil. A vacina será produzida aqui no Brasil, portanto, é uma vacina brasileira. Até aqui, os testes comprovam que é a vacina mais segura e mais avançada", acrescentou o governador.
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