Brasil vai transferir mais de mil venezuelanos de Roraima para outras cidades

por Lusa
Nacho Doce - Reuters

O Governo brasileiro anunciou na terça-feira que mais de mil venezuelanos que estavam acampados no estado fronteiriço de Roraima serão transferidos para outras cidades do país, após violentos confrontos no sábado entre migrantes e a população local.

Uma representante do Governo, Viviane Esse, disse aos jornalistas em Boa Vista, capital do estado do Amazonas localizada a cerca de 200 quilómetros a sul da fronteira, que o "processo de distribuição interna" dos imigrantes venezuelanos começará no final de agosto, sem especificar as cidades de destino.

Viviane Esse integra a comissão interministerial que visitou a cidade fronteiriça de Paracaima no sábado, onde ocorreram confrontos violentos entre a população local e os refugiados venezuelanos.

O estado brasileiro de Roraima já tinha solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) o encerramento da fronteira com a Venezuela após o registo de ataques contra imigrantes venezuelanos, bem como o envio dos imigrantes venezuelanos para outros estados brasileiros.

A governadora de Roraima, Suely Campos, justificou a medida alegando que poderá evitar o "derramamento de sangue" entre brasileiros e venezuelanos.

Casos de violência em Roraima foram registados no sábado contra acampamentos de imigrantes venezuelanos na cidade de Pacaraima, no lado brasileiro da fronteira com a Venezuela, depois de um comerciante local ter sido alegadamente agredido por assaltantes.

Os habitantes de Pacaraima, cidade que conta pouco mais de 12 mil pessoas, protestaram contra a presença dos venezuelanos expulsando-os das tendas de campismo onde dormiam e queimaram os seus objetos pessoais.

De acordo com estimativas das autoridades brasileiras, cerca de 60 mil imigrantes e refugiados venezuelanos entraram no país por Pacaraima no último ano e meio fugindo da crise política e económica na Venezuela.

Grupos numerosos de imigrantes permanecem nesta pequena cidade ou em Boa Vista, facto que gerou uma crise humanitária em Roraima, um dos estados mais pobre do Brasil.

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