Brexit. Campanha Vote Leave multada pela Comissão Eleitoral

por RTP
Henry Nicholls - Reuters

A campanha Vote Leave, a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, foi multada em 61 mil libras por violar a lei eleitoral e denunciada à polícia pela Comissão Eleitoral. O órgão de fiscalização encontrou "provas significativas" de coordenação com a organização BeLeave.

O órgão de fiscalização disse que multou a Vote Leave por esta se recusar a cooperar com a investigação e evitar ser inquirida. Matthew Elliott, o ex-chefe da campanha, alegara anteriormente que havia sido a Comissão Eleitoral a recusar-se a cooperar.

Segundo o relatório da comissão, há provas de que a BeLeave gastou mais de 675 mil libras com a empresa de dados Aggregate IQ - em coordenação com a Vote Leave - que deveriam ter sido declarados pelo organização.O Vote Leave, a campanha oficial para a saída da Grã-Bretanha da União Europeia durante o referendo liderado por Boris Johnson e Michael Gove, superou o limite legal de 7 milhões em quase 500 mil libras esterlinas.

Antes de o relatório ser lançado, Elliott disse que a Vote Leave estava a contestar as reivindicações e acusou o órgão de fiscalização de manter "uma agenda altamente política".

Darren Grimes, fundador do BeLeave, e o funcionário da Vote Leave David Halsall foram denunciados à polícia. A Vote Leave foi agora multada em 61 mil libras e Grimes em 20 mil.

A comissão afirmou ter partilhado os arquivos de investigação com a polícia para investigar se foram cometidos quaisquer outras ilícitos fora do âmbito do órgão de fiscalização.
Falta de cooperação
A chefe executiva da Comissão Eleitoral, Claire Bassett, criticou a recusa da Vote Leave em cooperar. “Durante um período de três meses, fizemos cinco tentativas de entrevistar a Vote Leave e não conseguimos”, disse em entrevista ao programa Today, da BBC Radio 4.

“Emitimos uma multa recorde por falta de cooperação com um aviso legal, porque achamos tão difícil conseguir que a Vote Leave trabalhasse conosco nesta investigação", acrescentou.

Segundo Bob Posner, da Comissão Eleitoral, a campanha Vote Leave “resistiu à investigação desde o início e contestou o direito como regulador legal para abrir a investigação”. “As provas que encontrámos são claras e substanciais e podem ser vistas no nosso relatório”, acentuou.

Posner disse ainda que a comissão encontrou "violações sérias das leis postas em prática pelo parlamento para garantir justiça e transparência nas eleições e referendos".
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