Depois de o tribunal de Edimburgo ter declarado ilegal a suspensão do parlamento por Boris Johnson, quase 40 parlamentares voltaram a trabalhar na Câmara dos Comuns para mostrarem o seu apoio à decisão judicial escocesa.
Um painel de três juízes decidiu a favor de uma ação interposta por um grupo de 75 parlamentares que desafiaram a legalidade da decisão do primeiro-ministro britânico. Esta sentença anula uma anterior que decretava que Boris Johnson não tinha violado a lei.
"Um grande obrigado aos nossos apoiantes e à nossa fantástica equipa legal que conseguiram a decisão que a suspensão é ilegal", escreveu no Twitter a deputada do Partido Nacionalista Escocês, Joanna Cherry.
Huge thanks to all our supporters & our fantastic legal team who have achieved the historic ruling that #prorogation is #unlawful #Cherrycase #Brexit #StopTheCoup
— Joanna Cherry QC MP (@joannaccherry) 11 de setembro de 2019
A decisão de Boris Johnson de suspender o Parlamento britânico, por cinco semanas, foi considerada ilegal por ter sido projetada para reprimir o debate e a ação parlamentar sobre o Brexit.
Statement from me. We have won. Appeal begins in the Supreme Court on Tuesday.
— Jo Maugham QC (@JolyonMaugham) 11 de setembro de 2019
Na sequência da decisão judicial, o ministro da Justiça britânico, Robert Buckland, afirmou que o Governo confia nos juízes escoceses.
“Os nossos juízes são reconhecidos em todo o mundo pela sua excelência e imparcialidade e eu tenho total confiança na sua independência em todos os processos”, lê-se na sua publicação no Twitter.
Dominic Grieve, por sua vez, disse que considera que Boris Johnson devia demirtir-se, caso se prove que enganou a Rainha aquando o pedido de suspensão do Parlamento. O antigo procurador-geral defendeu ainda que o Parlamento deve reabrir imediatamente e que os trabalhos deviam retomar nas próximas 24 horas.Our judges are renowned around the world for their excellence and impartiality and I have total confidence in their independence in every case.
— Robert Buckland QC MP (@RobertBuckland) September 11, 2019
Mas nem todos se expressaram apenas nas redes sociais. Cerca de 30 deputados de vários partidos juntaram-se em frente ao parlamento, em protesto, dizendo que estão prontos para retomar os trabalhos.No entanto, os pedidos dos deputados podem ser ignorados e rejeitados pelo Governo, segundo o Guardian.Following the judgement today of Scotland's highest civil court, I have written to Boris Johnson demanding he recalls Parliament and end this unlawful prorogation.
— Ian Blackford (@IanBlackfordMP) September 11, 2019
Every day Parliament remains suspended, Boris Johnson and the UK government are shutting down democracy. pic.twitter.com/bGTXuk7EGy
About 30 MPs have gathered outside Parliament to protest against prorogation: “We’re here, we’re ready to work.” pic.twitter.com/hxEm5HqTCo
— Benjamin Kentish (@BenKentish) September 11, 2019
Ainda durante a tarde desta quarta-feira, quase 40 parlamentares voltaram a trabalhar no parlamento, como forma de protesto contra sua suspensão e para mostrar que apoiam a decisão escocesa relativamente à ilegalidade da prorrogação de Boris Johnson.Cross-party group of MPs outside Parliament calling for the Commons and Lords to be recalled. But no Tories here.#Brexit pic.twitter.com/VxkdZ0VmSo
— Joe Pike (@joepike) September 11, 2019
"A prorrogação do Parlamento por Boris Johnson é ilegal. Os deputados deviam estar aqui a debater a crise nacional", publicou no Twitter o deputado trabalhista, Luke Pollard.Well I have turned up for work.... #RecallParliamentNow pic.twitter.com/yGEVChO5yt
— Diana Johnson (@DianaJohnsonMP) September 11, 2019
Downing Street já se mostrou “desapontado” com a decisão dos juízes escoceses e insistiu que a suspensão do parlamento foi “a forma legal e necessária” para avançar com “uma agenda legislativa doméstica forte”.Quietly and peacefully I have gone back to sit in my usual spot in the House of Commons. No shouting or scuffles - just a quiet statement about our democracy. Boris Johnson’s prorogation of Parliament is unlawful. MPs should be here debating the national crisis. #recallparliament pic.twitter.com/nEFMIad5vr
— Luke Pollard MP (@LukePollard) September 11, 2019