O primeiro-ministro britânico prepara-se para forçar eleições antecipadas caso o Parlamento chumbe esta terça-feira a agenda e a legislação que permitem a concretização do Brexit a 31 de outubro. Boris Johnson garantiu que a votação desta noite será a última que submete à Câmara dos Comuns.
“Com grande pena minha, [nesse caso] o projeto de lei terá de ser suspenso e teremos de avançar (…) para eleições gerais”, ameaçou Johnson.
O líder da oposição, Jeremy Corbyn, garantiu que a bancada trabalhista vai votar contra o acordo do Brexit e a agenda de votações definida pelo Governo.
“O Parlamento tem de desempenhar a sua função e deve ser-lhe dada a oportunidade de o fazer, em vez de fazer tudo à pressa 17 horas depois da apresentação desta proposta de lei”, declarou Corbyn na Câmara dos Comuns.
“Esta proposta de lei mina os direitos dos trabalhadores no nosso país e na nossa sociedade, e aqueles que votarem a favor disto verão que muitos dos nossos atuais direitos serão gravemente afetados”, acrescentou.
Barnier negoceia futuras relações
Entretanto, em Estrasburgo, a Comissão Europeia estabeleceu um "grupo de trabalho para as relações com o Reino Unido", liderado por Michel Barnier, que conduzirá as negociações sobre a futura relação com Londres após ser negociador-chefe da UE para o “divórcio”.
Este novo grupo de trabalho terá a missão de coordenar todo o trabalho da Comissão em todas as matérias estratégicas, operacionais, legais e financeiras relacionadas com o Brexit, tendo a seu cargo a finalização das negociações do Artigo 50 (de saída), bem como o trabalho preparatório da Comissão para a eventualidade de uma saída sem acordo, assim como as negociações sobre as relações futuras com o Reino Unido.
A Comissão reitera que, "uma vez que o Acordo de Saída tenha sido ratificado pelo parlamento do Reino Unido, e o Parlamento Europeu tenha dado o seu consentimento, a UE está pronta a iniciar imediatamente o trabalho para as negociações sobre as relações futuras" com os britânicos.
C/ agências