Brexit. Macron insiste com Reino Unido para respeitar acordo se quer melhorar relacionamento

por Lusa
Neil Hall - EPA

O Presidente francês, Emmanuel Mácron, prometeu hoje um "reatamento" das relações com o Reino Unido se o país cumprir os acordos do `Brexit` e especialmente o protocolo sobre a Irlanda do Norte.

Macron e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson realizaram hoje uma reunião bilateral, à margem da cimeira do G7, na qual abordaram o estado das relações entre os dois países e com a União Europeia (UE), deterioradas pelas decisões unilaterais que o Reino Unido adotou na imposição de controlos aduaneiros na Irlanda do Norte.

No decurso das conversações, o Presidente francês disse estar disposto a "restabelecer" a relação com os britânicos, disseram fontes do Eliseu.

Contudo, lembrou Johnson que este novo começo ficará dependente "do respeito dos britânicos pela palavra dada aos europeus e pelo quadro definido pelos acordos de Brexit", acrescentaram as fontes.

Paris e Londres partilham, segundo Macron, uma "visão comum" das grandes questões globais e também da política transatlântica, em particular sobre a necessidade de controlo do armamento.

A questão da implementação do protocolo da Irlanda do Norte entrou plenamente na cimeira das sete democracias mais desenvolvidas e espera-se que Johnson seja submetido hoje a mais pressão nas reuniões bilaterais que irá realizar, além de Macron, com as autoridades da UE e a chanceler alemã, Angela Merkel.

Nas últimas horas, as declarações subiram de tom. O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, instou hoje a UE a não ser "teimosa" na implementação dos controlos aduaneiros entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, e garantiu, em declarações à BBC, que o seu Governo "não permitirá que a integridade do Reino Unido seja ameaçada".

O Governo britânico quer alargar unilateralmente a isenção de controlos sobre produtos de carne processada, que expira a 30 de junho, algo que a UE se recusa a fazer sob ameaça de sanções que poderiam conduzir a uma guerra comercial.

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