A expressão foi de Donald Tusk. "É claro" que a União Europeia até quer "ajudar" a primeira-ministra britânica a fazer passar o acordo para o Brexit, mas não sabe "como". A hipótese de o renegociar está fora de questão e apenas "clarificações" serão possíveis, afirmou por seu lado Juncker.
Theresa May tentou esta terça-feira salvar tanto o acordo como a sua liderança, procurando apoios entre os líderes europeus.
Conseguiu apertos de mão e promessas vagas, ao mesmo tempo que a contestação interna, tanto no Parlamento britânico como no próprio partido conservador, está em crescendo, entre rumores da sua destituição.
May sente "determinação" da UE
A primeira-ministra britânica chegou a Bruxelas ao início da noite, vinda de Berlim, para se reunir com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, assim como com o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, que assegura a presidência rotativa da UE.
Durante a manhã, Theresa May reuniu-se com o seu homólogo holandês, Mark Rutte. Downing Street considerou o diálogo "produtivo" e Rutte evocou num tweet um "diálogo útil".
May seguiu depois para a Alemanha, descrevendo depois o encontro com a chanceler Angela Merkel como "positivo".
Após as reuniões em Haia e em Berlim, Theresa May garantiu à
televisão britânica Sky que "sentiu uma vontade comum de resolver este
problema", referindo-se à questão da fronteira entre as Irlandas.
Dispostos a "ajudar"
Donald Tusk tweetou a sua reação pouco após o encontro com Theresa May. Saudou a "discussão longa e franca" com Theresa May e afirmou que os 27 membros da UE estão dispostos a fazer tudo para ajudar a primeira-ministra britânica. "A questão é como", acrescentou.
Long and frank discussion with PM @theresa_may ahead of #Brexit summit. Clear that EU27 wants to help. The question is how.
— Donald Tusk (@eucopresident) 11 de dezembro de 2018
Os líderes da União Europeia têm estado a cerrar fileiras, dizendo a May que uma renegociação do acordo do Brexit está fora de questão. Só podem existir "clarificações".
"Não há lugar a uma renegociação mas clarificações mais amplas são
possíveis", admitira já durante a manhã Jean-Claude Juncker, na sua
página oficial na rede Twitter.
May por um fioO mesmo foi dito a May pela chanceler alemã, Angela Merkel, ao início da tarde. Os porta-vozes de ambas disseram que as duas líderes acordaram em manter-se em contacto para fazer passar o acordo.I will meet @theresa_may this evening in Brussels. I remain convinced that the #Brexit deal we have is the best - and only - deal possible. There is no room for renegotiation, but further clarifications are possible.
— Jean-Claude Juncker (@JunckerEU) 11 de dezembro de 2018
Desde a conclusão do acordo para o Brexit, em finais de novembro e ao fim de 17 meses de negociações difíceis, que os dirigentes dos 27 repetem que este é a única possibilidade em cima da mesa.
É praticamente certo que os deputados britânicos rejeitem o acordo. A própria liderança conservadora de Theresa May pode estar por um fio.
A primeira-ministra resolveu adiar a votação sobre o acordo prevista para esta terça-feira em Westminster.
Em vez disso, preferiu uma ronda de encontros ao longo de todo o dia, em busca de "garantias legais" sobre o backstop - o ponto do acordo que decide as relações aduaneiras entre o território britânico da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
A solução deverá criar provisoriamente um "território aduaneiro único", englobando ambos os territórios, para evitar o regresso de uma fronteira física entre as Irlandas.
Os deputados conservadores pró-Brexit rejeitam a solução, assim como os líderes da Irlanda do Norte, do partido unionista DUP, que apoiam o Governo de May.
Receiam que o Reino Unido fique refém de decisões de Bruxelas, sem prazo de saída nem modo de alterar os termos.
Quarta-feira de manhã, Theresa May deverá reunir-se com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, em Dublin, antes de regressar a Bruxelas na véspera de uma cimeira europeia consagrada ao Brexit.
É praticamente certo que os deputados britânicos rejeitem o acordo. A própria liderança conservadora de Theresa May pode estar por um fio.
A primeira-ministra resolveu adiar a votação sobre o acordo prevista para esta terça-feira em Westminster.
Em vez disso, preferiu uma ronda de encontros ao longo de todo o dia, em busca de "garantias legais" sobre o backstop - o ponto do acordo que decide as relações aduaneiras entre o território britânico da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
A solução deverá criar provisoriamente um "território aduaneiro único", englobando ambos os territórios, para evitar o regresso de uma fronteira física entre as Irlandas.
Os deputados conservadores pró-Brexit rejeitam a solução, assim como os líderes da Irlanda do Norte, do partido unionista DUP, que apoiam o Governo de May.
Receiam que o Reino Unido fique refém de decisões de Bruxelas, sem prazo de saída nem modo de alterar os termos.
Quarta-feira de manhã, Theresa May deverá reunir-se com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, em Dublin, antes de regressar a Bruxelas na véspera de uma cimeira europeia consagrada ao Brexit.