A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos rejeitou um projeto de lei de despesas, apresentado pelos republicanos, para manter o financiamento a agências e programas federais durante seis meses e evitar uma paralisação federal.
A Câmara dos Representantes rejeitou na quarta-feira, com 220 votos contra e 202 a favor, o plano apresentado pelo presidente da câmara, o republicano Mike Johnson, de orçamento até março de 2025, ou seja, após a tomada de posse do novo Presidente.
Embora os republicanos tenham maioria na câmara baixa do Congresso, 14 congressistas do partido juntaram-se à bancada democrata e votaram contra o projeto, apesar do apoio demonstrado pelo ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca Donald Trump.
A proposta incluía uma medida para exigir que os eleitores apresentem um comprovativo de cidadania nas eleições presidenciais de 05 de novembro.
Há meses que os republicanos têm espalhado a ideia de que alguns dos migrantes que entraram sem autorização no país na fronteira entre os EUA-México nos últimos anos podem ser decisivos nas eleições.
É ilegal que não-cidadãos norte-americanos votem e uma investigação demonstrou que tal votação é extremamente rara.
Também a presidência dos Estados Unidos e os democratas demonstraram oposição à proposta e defenderam que a extensão dos fundos para o Governo dure apenas até dezembro, para poderem negociar um novo orçamentos no inverno, antes da tomada de posse do próximo chefe de Estado.
O Congresso norte-americano tem de aprovar um projeto de lei de gastos antes de 30 de setembro para evitar uma paralisação federal a partir do dia seguinte, poucas semanas antes das eleições.
Uma paralisação implica a colocação de milhões de funcionários públicos em situação de desemprego técnico, a suspensão de determinadas ajudas alimentares e a interrupção do tráfego aéreo.
Mike Johnson já tinha retirado a proposta no início de agosto, devido à falta de apoio.
Os adversários do projeto de lei do Partido Republicano defendem que continua a contemplar gastos a gastar a níveis que consideram excessivos.
Trump pareceu encorajar uma paralisação governamental, caso os republicanos na câmara baixa e no Senado "não recebam garantias sobre a segurança eleitoral", de acordo com uma publicação na rede social do milionário, Truth Social, no início de agosto.
Desde 1976, a administração dos Estados Unidos ficou sem fundos em cerca de 20 ocasiões, embora na maior parte das vezes tenha sido apenas por um dia.
O encerramento mais longo, de 35 dias, entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, ocorreu durante a presidência de Trump, devido a divergências sobre o financiamento do muro que pretendia construir na fronteira com o México.