Canadá considera que explicações da Arábia Saudita não são credíveis

por Lusa

Montreal, Canadá, 21 out (Lusa) - O Canadá condenou no sábado o assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi e considerou que as explicações de Riade não são "nem credíveis nem consistentes", reclamando uma "investigação aprofundada".

A Arábia Saudita admitiu no sábado, 17 dias após o desaparecimento de Jamal Khashoggi, que o jornalista foi morto dentro do consulado do reino em Istambul, na Turquia, após uma luta, mas sem revelar onde se encontra o seu corpo.

"As explicações dadas até agora não são consistentes ou confiáveis", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Chrystia Freeland, numa publicação na rede social Twitter.

"Reiteramos nosso apelo por uma investigação aprofundada, conduzida em total cooperação com as autoridades turcas, e um relato completo e rigoroso das circunstâncias em torno da morte de Khashoggi", acrescentou, defendendo que "os responsáveis por este assassínio devem responder pelas suas ações e enfrentar a Justiça".

A ministra também expressou as condolências do Canadá a Hatice Cengiz, a noiva do jornalista, à família e amigos.

Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 02 de outubro para obter um documento para casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.

Jornalista saudita residente nos Estados Unidos desde 2017, Khashoggi era apontado como uma das vozes mais críticas da monarquia saudita.

A Arábia Saudita reconheceu no sábado que o jornalista foi morto no seu consulado em Istambul durante uma luta, referindo que 18 sauditas estão detidos como suspeitos, segundo a agência oficial de notícias SPA.

A mesma agência revelou também que um conselheiro próximo do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, foi demitido, juntamente com três líderes dos serviços de informação do reino e oficiais.

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