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Canadá usa ADN para identificar migrantes

por RTP
Através do ADN é possível encontrar parentes num site de genealogia. Stringer - Reuters

O Canadá está a recolher ADN e a utilizar sites genealógicos para ajudar migrantes a descobrir a nacionalidade. A Agência de Serviços de Fronteiras do Canadá diz que o faz apenas em casos extremos.

O porta-voz da Agência de Serviços de Fronteiras do Canadá (CBSA, sigla em inglês), Jayden Robertson, disse que a utilização dos testes de ADN são para ajudar “a determinar a identidade, fornecendo os indicadores de nacionalidade, permitindo um foco maior nas linhas de investigação em países específicos”.
A agência não pôde confirmar à BBC com que frequência os testes são feitos.
Segundo a Agence France Presse (AFP), alguns advogados estão preocupados com a privacidade dos dados das colheitas de ADN, que são mantidos pelos site Ancestry e Family Tree ADN.

“O CBSA obtém o consentimento dos clientes antes de enviar as suas informações para os sites de ADN”, acrescentou o porta-voz.

Subodh Bharati, advogado de imigração em Toronto, diz estar preocupado com a forma como a privacidade do ADN recolhido está a ser preservado.

Ancestry e o Family Tree ADN são as empresas responsáveis pela privacidade dos dados. 
Em 1994, um cliente de Bharati, Franklin Godwin, chegou ao Canadá com um passaporte das Bahamas falsificado. Pediu asilo depois de dizer aos funcionários da imigração que era liberiano. Foi identificado como refugiado e passou a ter residência permanente.

Mais tarde, perdeu o direito à residência por ser condenado a tráfico de droga. O Canadá tentou deportar Godwin em 2003 e em 2005, mas sem sucesso.

A Libéria negou duas vezes a entrada no país. Segundo a BBC, as autoridades afirmaram que não era liberiano, mas nigeriano.

Embora mantenha nacionalidade liberiana, o Canadá está a tentar confirmar a sua identidade.

Através de um site de genealogia, a CBSA encontrou dois parentes de Godwin com ascendência nigeriana.

Num caso relatado pela AFP, o ADN foi utilizado para tentar estabelecer a nacionalidade de Ebrahim Toure, um alegado refugiado que foi detido por oficiais de imigração canadenses em 2011.

Toure chegou ao Canadá com um passaporte francês falso. Mais tarde, alegou ser da Guiné, mas a sua entrada no país foi recusada pelas autoridades guineenses. A certidão de nascimento era falsa e não sabia falar francês.

A CBSA analisou a conta de facebook, entrevistou membros da comunidade gambiana de Toronto que o conheciam, e através de um teste linguístico, foi revelado que Toure provavelmente era Gâmbia.
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