Catalunha. Dezenas de feridos em confrontos entre polícia e manifestantes

por RTP
Albert Gea - Reuters

O Governo espanhol emitiu, no final na noite de terça-feira, um comunicado no qual assegura que "a violência está a ser generalizada em todos os protestos" contra as penas de prisão aplicadas aos líderes independentistas da Catalunha. Até agora já foram detidas mais de 50 pessoas e dezenas de agentes das forças policiais ficaram feridos.

O Executivo espanhol acredita que os distúrbios até agora causados não são fruto de “um movimento pacífico dos cidadãos, mas sim da coordenação de grupos que utilizam a violência nas ruas para perturbar a convivência na Catalunha”.

“Uma minoria quer impor a violência nas ruas das cidades catalãs”, considera o Governo, referindo-se especialmente Barcelona, Tarragona, Girona e Lleida, onde “grupos de manifestantes atacaram a sede das subdelegações”.

Perante esta situação, o Governo valorizou o trabalho das forças de segurança e destacou de forma positiva a coordenação e trabalho conjunto entre “os moços de esquadra, a Polícia Nacional e a Guarda Civil”.

O Executivo de Pedro Sánchez assegura ainda que o seu objetivo “é e sempre será garantir a segurança e a convivência na Catalunha, algo que irá fazer de acordo com o seu compromisso de firmeza, proporcionalidade e unidade”.
Dezenas de feridos e detidos
O balanço provisório de incidências desde a noite de terça-feira até ao momento aponta para pelo menos 54 Mossos d'Esquadra feridos, alguns deles com fraturas e lesões consideráveis, e 18 polícias nacionais com ferimentos leves.

Pelo menos 29 pessoas foram detidas em Barcelona, 14 em Tarragona e outras oito em Lleida.

Em Barcelona houve mais de uma centena de barricadas incendiadas e, esta manhã, a presença de destroços levou a cortes nas principais ruas da cidade.
As condenações de líderes independentistas são consideradas "inaceitáveis" pela Assembleia Nacional Catalã (ANC).

Também a circulação de comboios de alta velocidade entre Barcelona e Girona se encontra interrompida. O serviço encontra-se suspenso devido a um ato de sabotagem, com o corte intencional das linhas de fibra óptica, que está a afetar o sistema de comunicações da linha ferroviária.

O Supremo Tribunal de Espanha condenou, na segunda-feira, os líderes independentistas que tentaram declarar a independência da região em 2017 a penas de prisão de até 13 anos.

O ex-vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, foi condenado, por unanimidade, a 13 anos de cadeia por delito de sedição e má gestão de fundos públicos, os ex-conselheiros da Jordi Turull (ex-conselheiro da presidência), Raul Romeva (ex-conselheiro do Trabalho) e Dolors Bassa (ex-conselheira para as Relações Exteriores) foram condenados a 12 anos por delitos de sedição e má gestão, o antigo titular do cargo de conselheiro do Interior, Joaquim Forn e Josep Rull (Território) foram condenados a 10 anos de cadeia e Jordi Cuixart, responsável pela instituição Òmnium Cultural, foi condenado a nove anos de prisão por sedição.
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